Pode ocorrer sem que familiares e amigos se deem conta. Uma espécie de “congelamento” emocional faz com que o indivíduo fique imune a qualquer tipo de emoção ou sentimento, como se estivesse “blindado” a qualquer tipo de reação emotiva ou afetiva. O prazer diante de qualquer coisa simplesmente some. Essa é a principal característica da anedonia.
Anedonia: incapacidade de obter prazer
Esse distúrbio é a perda da capacidade de sentir prazer ou interesse para realizar a maioria das atividades. Conforme a psicóloga Adriana Fregonese, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, algumas pessoas são incapazes de sentir prazer em qualquer circunstância.
No entanto, outras apresentam a dificuldade direcionada para algumas situações, como o apetite por comida, o desejo por sexo, as relações sociais e atividades de lazer, situações que anteriormente eram prazerosas.
Segundo Adriana, há quem sofra com a completa incapacidade de desfrutar e obter prazer, outros apenas com a redução dessa capacidade. A pessoa que sofre de anedonia parece estar emocionalmente “congelada”. Essa condição repercutirá em suas relações sociais e a levará a um quadro de isolamento.
Depressivos são mais propensos à anedonia
A presença é mais frequente em pessoas com depressão. Nada motiva ou faz a pessoa desfrutar de momentos prazerosos. Muitos casos de depressão não são diagnosticados, assim a pessoa não reconhece que está doente, não identifica os sintomas ou acredita que esse “modo” de ser é normal.
“Quando o quadro depressivo é diagnosticado e tratado, os sintomas da depressão e a anedonia desaparecem”, completa Adriana. Ela também diz que usuários de drogas, geralmente, apresentam sintomas da condição durante a retirada da droga, bem como as pessoas portadoras de esquizofrenia.
Os pacientes com esse transtorno ficam normalmente em uma situação de total indiferença consigo mesmos, não têm apego por nada, nem mesmo pela própria vida e costumam ser resistentes a mudar a sua situação. Eles não são nem um pouco responsáveis emocionalmente. Em casos extremos, tanto faz sofrer a perda de alguém próximo.
Adriana diz que é importante ressaltar que há diferentes graus de intensidade do transtorno que decresce de situações extremas até outras, mais leves. “Como os pacientes com anedonia têm dificuldades em suas relações sociais, tudo torna-se desinteressante, afastando de si as demais pessoas e vivendo em isolamento”, assinala a psicóloga.
O diagnóstico da anedonia se dá a partir do relato e observação das reações emocionais do paciente ou com a ajuda dos familiares e pessoas mais próximas. O tratamento depende do diagnóstico médico psiquiátrico e pode envolver a necessidade do uso de medicamentos.
Além disso, o tratamento psicológico, com psicólogos, é complementar ao tratamento farmacológico.
“O tempo de tratamento dependerá dos fatores causais, na maioria dos casos ocorre como resultado de alguma doença ou abuso de substâncias, da adesão do paciente e da gravidade do quadro. Alguns casos são mais difíceis de sanar e até mesmo insolúveis”, reflete Adriana.
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