Psicologia

Entenda como funciona a terapia do esquema e qual o objetivo

Por Redação Fortíssima 29/12/2015

Desenvolvida para o tratamento de quadros graves de transtornos de personalidade, a terapia do esquema busca suprir necessidades emotivas do paciente, além de confrontar o seu modo de pensar e agir.

A seguir, entenda a técnica e de que maneira ela pode ser utilizada para ajudar quem apresenta dificuldades psicoemocionais e relacionais.

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A terapia do esquema pretende ressignificar os vínculos de afetos conflitivos. Foto: iStock, Getty Images

Origem da terapia do esquema e seus objetivos

Segundo explica a professora Simone Machado, psicóloga e diretora do Núcleo de Terapias Cognitivas de Porto Alegre (NEAPC), a teoria do esquema foi criada pelo psicoterapeuta norte-americano Jeffrey Young, que a fundamentou com base em diferentes estratégias clínicas de trabalho. É o caso das terapias cognitivas, dos sistemas, gestalt e do apego.

O objetivo central é ampliar a compreensão dos sistemas vinculares com padrões de relação que percorrem todas as vivências de uma pessoa. Ou seja, a terapia do esquema oferece uma possibilidade terapêutica para ressignificar os vínculos de afetos conflitivos.

Como funciona a técnica

De acordo com a proposta de Young, a criança constrói significados desde os primeiros contatos com o seu mundo relacional.  É também a partir deste momento que ela passa a perceber os sinais afetivos, comportamentais, gestuais e sinais de comunicação que não estão explícitos.

Para Simone, é através destas percepções que serão construídos seus esquemas cognitivos. Estes estarão diretamente relacionados à percepção que a criança tem acerca de suas necessidades básicas como segurança, afeto, alimentação, socialização e comunicação e a forma como estão sendo supridas essas necessidades.

“Uma criança pode necessitar de muito carinho e querer que ele venha através de abraços, porém, se sentir que os pais são menos afetivos, ela poderá construir um significado de não estar sendo suprida em suas necessidades básicas de afeto. Caso também exista por parte dos pais um alto afastamento e muita dificuldade relacional, este fator poderá estabelecer vínculos tóxicos, ou seja, vínculos de sofrimento psicoemocional”, exemplifica.

Mas, de maneira diferente, outra criança pode não ter a necessidade de ser tão abraçada. Nesse caso, se os pais deixam de perceber o estilo vincular do filho e insistem em autoproteção, podem deixar de suprir as necessidades básicas do pequeno, o que amplia a a ideia de falta de compreensão

Conforme destaca a psicóloga, cada pessoa, principalmente quando criança, tem um modo particular de vivenciar suas necessidades básicas. Ao sentir que elas não são atendidas, o resultado pode ser a criação precoce de estruturas psicoemocionais e comportamentais mais rígidas, que serão dispositivos para quadros como os transtornos de personalidade, por exemplo.

Para evitar que isso aconteça, o tratamento consiste em uma avaliação psicológica por um profissional da área da psicologia ou da psiquiatria, que deve ser especializado terapias cognitivas e conhecer os conceitos, estrutura clínica e técnica da terapia do esquema.

“Após a realização da avaliação psicológica, em média de quatro a cinco encontros, o terapeuta e o paciente irão organizar um planejamento terapêutico com base no mapeamento dos esquemas vinculares que estão apresentando conflitivas”, esclarece. 

Porém, vale lembrar que o tratamento não tem como elemento principal o fato em si, mas sim a maneira como cada pessoa o interpreta. Assim, entender esses processos de transtorno também significa resolver sofrimentos que estão diretamente ligados à problemática central da vida.

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