O Brasil vive um momento de transformações políticas e reivindicações sociais intensas. Mas diante do cenário de instabilidade, o que também chama a atenção é o resultado de um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU): estamos entre os países mais felizes do mundo.
É o que aponta a edição 2016 do Informe Mundial sobre a Felicidade. Desenvolvido pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável, em parceria com a Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, ele coloca a nossa nação como a 17ª do ranking mundial.
O objetivo do relatório é incentivar que os países olhem para os seus respectivos cenários de desigualdade e meio ambiente, independente de suas riquezas acumuladas ou problemas internos.
Saiba quais são os países mais felizes do mundo
No novo relatório, divulgado na última quarta-feira, dia 16, a Dinamarca superou a Suíça e conquistou o primeiro lugar na lista dos países mais felizes do mundo. Na última edição, os dinamarqueses ocupavam a terceira colocação.
Entre os dez países mais felizes, a classificação segue com Islândia, Noruega, Finlândia, Canadá, Holanda, Nova Zelândia, Austrália e Suécia. Em relação à América Latina, a Costa Rica aparece antes do Brasil, ocupando o 14º lugar.
Para definir o ranking, os pesquisadores utilizaram seis fatores: PIB per capita, apoio social, expectativa de vida, liberdade social, generosidade e ausência de corrupção. O estudo constatou também exemplos de que é possível manter altos índices de felicidade mesmo diante de uma situação econômica desfavorável.
É o caso da Islândia e Irlanda, que ocupam, respectivamente, a terceira e a 19ª posição. Conforme especula a pesquisa, isso se deve aos altos níveis de apoio social. Já os Estados Unidos, uma das nações economicamente mais fortes, ocupa o 13º lugar entre os países mais felizes.
Em entrevista à BBC, o professor Jeffrey Sachs, conselheiro da ONU, disse que essa colocação traz uma forte mensagem para o país, que é muito rico – e ficou ainda mais nos últimos 50 anos -, mas não vê a riqueza refletida em felicidade.
Ao olhar para o lado oposto da lista, os países que ocupam as últimas posições são Burgundi – o lanterna, no 157º lugar -, Síria, Togo, Afeganistão e outros seis nações da África Subsaariana: Benin, Guiné, Ruanda, Libéria, Madagascar e Tanzânia.
Devido à recessão e aos efeitos da crise migratória, a Grécia caiu algumas posições no ranking e agora ocupa o 99º lugar. Dentre os países europeus, Espanha (37º) e Itália (50º) também decaíram.
Brasil oscila no ranking
O relatório de Informe Mundial sobre a Felicidade é divulgado pela ONU desde 2012. No período de cinco anos, o Brasil oscilou. O país estreou em 25º lugar. Já no ano seguinte, em 2013, superou uma posição, ocupando o 24º lugar.
Em 2014, não houve edição do relatório e, no ano seguinte, o país melhorou o desempenho e subiu para a 16ª posição. Em 2016, perdeu o posto para a Alemanha e passou a ocupar o atual 17º lugar.