O desenvolvimento do anticoncepcional masculino tem sido assunto de discussão constante. E segundo um foi publicado no jornal científico Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, após quase oito anos de estudo sobre o produto injetável, o resultado até o momento é de que efeitos colaterais ainda seriam severos demais para liberá-lo. Em contrapartida, os cientistas chegaram à conclusão de que o contraceptivo masculino tem eficiência de 96%, compatível com a de métodos femininos.
Estudo sobre o anticoncepcional masculino
A pesquisa sobre a injeção envolveu 320 homens, de idades entre 18 e 45 anos, em relações monogâmicas estáveis. Nos voluntários foram aplicadas injeções que misturavam testosterona sintética e enantato de noretisterona. Eles recebiam a injeção a cada oito semanas e usaram outros métodos contraceptivos conforme o número de espermatozóides caía para menos de um milhão por mililitro de sêmen.
Após 24 semanas, a taxa de espermatozoides se manteve baixa em 274 voluntários e a maioria voltou a ser fértil cerca de 26 semanas após o fim do tratamento. Apenas oito deles não tiveram sua contagem normalizada após 52 semanas sem as injeções.
Os principais efeitos colaterais detectados neste período foram: variações bruscas na libido, 3% a mais de tendência a desenvolver depressão, dor excessiva no local da aplicação, acne e 3% maior alteração de humor. De um total de 266 homens que completaram a pesquisa, 33 tiveram dificuldades para retomar a produção normal de espermatozóides até 52 semanas após interromper o uso. No entanto, em relação à eficácia do produto, foi registrado que apenas quatro engravidaram suas parceiras.
Segundo médico da OMS e um dos autores do estudo, Mario Philip Reyes Festin, foi observado que a frequência e a gravidade dos efeitos colaterais, especialmente oscilações de humor e aumento na libido, “foram maiores do que o previsto, com base em estudos mais antigos, mais ou menos idênticos”.
Entre os homens que participaram do estudo, apenas 20 desistiram no meio do caminho e 75% declararam que usariam o método, se fosse comercializado.
Comparação com o método contraceptivo feminino
As pílulas anticoncepcionais femininas que são comercializadas atualmente aumentam em 23% as chances das mulheres usarem remédios antidepressivos. O mais alarmante é que quando se trata de pílulas de progestógeno, esse risco chega a subir para 34%, sendo que, entre mulheres entre 15 e 19 anos, essa porcentagem vai para 70%. E mais: o anticoncepcional aumenta ainda os riscos de trombose venosa profunda, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto do miocárdio.
Segundo a professora da Universidade de Indiana (EUA), Elisabeth Lloyd, falou à CNN que os “riscos de dano à fertilidade não são fatais como os que as mulheres encaram com seus métodos de controle de natalidade”, declarou.
E você o que acha sobre o anticoncepcional masculino e as reações que os homens tiveram à injeção? Para saber mais sobre métodos contraceptivos, não deixe de acompanhar o nosso site!