Acidentes trágicos de grandes proporções, como o que aconteceu nesta semana com o avião que transportava o time da Chapecoense e jornalistas, não só causam comoção, como também podem desencadear um transtorno de estresse pós-traumático nas pessoas que vivenciaram essas situações.
O que é o estresse pós-traumático
Diferentes ocorrências traumáticas, como violência urbana, catástrofes, guerras, abuso sexual e atentado terrorista podem resultar em traumas que marcam, em diferentes proporções. Estudos mostram que entre 15% e 20% das pessoas que, de alguma forma, estiveram envolvidas em casos como os citados acima desenvolveram o estresse pós-traumático.
O transtorno do (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais que se desencadeiam após uma situação de estresse agudo. Segundo a psicóloga do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Marina Arnoni Balieiro, a doença é caracterizada, principalmente, pelos seguintes sintomas:
• Reexperiência traumática, marcada por pesadelos e lembranças involuntárias e recorrentes.
• A necessidade de afastar-se de situações, contatos ou atividades que tenham ligação com o ocorrido.
• Diminuição da afetividade por atividades e pessoas.
• Episódios de pânico (coração acelerado, transpiração, calor, medo de morrer…), distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade e estado de alerta.
• Sentimentos de impotência em se proteger do perigo, sensação de vazio e depressão.
Para a pessoa que vivenciou essas situações, recordar o que passou é o mesmo que revivê-lo, sentindo as mesmas sensações de dor e medo do momento em que tudo ocorreu.
A especialista explica que há duas formas de manifestação da doença: “Casos em que os sintomas aparecem após quatro meses, classificamos como crônico. Já episódios em que a vítima desenvolve o transtorno depois de seis meses do ocorrido, qualificamos como tardio”, diz.
Como lidar com o estrese pós-traumático
O estresse pós-traumático pode se manifestar não apenas em quem vivencia a situação de risco, como também em quem presencia o acontecido. Por exemplo: não apenas os sobreviventes do acidente da Chapecoense estão sujeitos a esse trauma, como também os profissionais que participaram do resgate e os familiares das vítimas. No entanto, a psicóloga alerta que não há um padrão para as reações humanas. “Quando a vida é colocada em risco, de maneira extremamente negativa, as pessoas lidam com isso de forma individual”, pontua.
Quando acontecem grandes acidades ou atentados, normalmente, já existem grupos especializados que atendem as vítimas e as famílias, no momento do evento, oferecendo o suporte em momentos de crises e emergências. No caso do ocorrido desta semana, por exemplo, há uma equipe no estádio do Chapecoense dando suporte em tempo integral para os familiares das vítimas que se encontram no local.
A psicóloga alerta que assim que os primeiros sinais de traumas se manifestarem, é essencial encaminhar a pessoa para acompanhamento de um especialista em psicologia para o devido tratamento, que deve ser constante.
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