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10 dicas para ajudar seu filho a lidar com a mudança

Por Debora Stevaux 08/01/2019

O início de um novo ano pode vir acompanhado de mudanças maiores do que a troca de um calendário. Seja mudar de escola, trabalho, cidade ou até mesmo de país, as transformações costumam ser excitantes na vida dos adultos, mas podem ser um problema para as crianças.

Psicóloga explica como os pais podem lidar com a relutância de crianças e pré-adolescentes no caso de mudança de bairro, escola, cidade, estado ou país. (Foto: iStock)

Para que mudar não seja um trauma e sim uma oportunidade de crescer também para os pequenos, contamos com a ajuda da psicóloga, psicanalista e terapeuta familiar Raquel Jandozza, que listou 10 dicas de como lidar com essa situação da forma mais saudável possível.

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10 dicas para ajudar seu filho a lidar com a mudança

1. As crianças precisam, sim, ser comunicadas com antecedência das mudanças..

“Essas dicas servem para crianças e adolescentes que estão mudando de bairro, cidade, estado, país ou até mesmo de escola. Elas precisam ser comunicadas das transformações que vêm pela frente. E, sempre que possível, devem ser incluídas nas decisões relacionadas a isso, seja ajudando a escolher a nova escola ou uma nova casa, por exemplo.”

2. Aposte em ações capazes de familiarizar seu filho com o novo lugar

“Se possível, antes da mudança, leve seu filho para visitar a nova casa para que ele vá reconhecendo o novo espaço a que aquela família irá pertencer. No caso de uma mudança de país, que provavelmente vai se dar de uma única vez, os pais podem mostrar vídeos da internet, fotos da cidade, fotos da casa.”

3. Nunca deixe a decisão para a criança

“A decisão sobre a família se mudar ou não nunca deve estar na mão da criança ou pré-adolescente. Eles ainda estão se desenvolvendo e são imaturos emocionalmente. Muitas vezes, os pais procuram alguém em quem se apoiar para motivar a mudança, mas trazer essa criança para esse lugar de responsabilidade é muito perigoso, tanto no momento quanto a longo prazo. Ninguém sabe como vai ser a adaptação dessa família. Se a decisão se baseou na escolha dessa criança e algo dá errado, imagine o peso que recai sobre ela, mesmo de forma inconsciente.”

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4. Sempre deixe claro quais são os porquês da mudança

“Os pais devem sempre explicar o porquê da mudança. É claro que crianças muito pequenas talvez não entendam tanto quanto as maiores, mas elas precisam saber dos acontecimentos e planos numa linguagem ideal. Do tipo: ‘Olha, nós vamos mudar para uma nova casinha, você vai ter um novo espaço, um novo quartinho, novos amigos etc.’”

5. É normal que apareçam angústias motivadas pela separação

“Se adultos têm medo do novo, imagine as crianças. A criança e o jovem podem desenvolver angústias de separação do ambiente anterior e da rede que haviam construído ali. Uma boa forma de amenizar esse sentimento é organizando eventos de despedida. Mas isso não pode ser só uma festinha e pronto. Comunique esses amiguinhos que vão ficar, incentive laços e acordos para que se mantenha o contato, para que tanto as crianças que vão embora quanto as que ficam sintam-se acolhidas e não desamparadas.”

6. Explique sobre a importância da amizade e apresente formas de matar a saudade

“Os jovens precisam entender que, embora a mudança precise acontecer, os laços não precisam se perder, ainda mais numa época com tanta tecnologia. Então, os pais podem começar a fazer videochamadas e dizer que é assim que vai funcionar daqui a uns meses, mostrar que isso também é legal e que dá para matar a saudade. É necessário que as crianças saibam que, embora os lugares não sejam permanentes, não se perdem as amizades e os afetos, independentemente da distância ou do meio a ser utilizado para mantê-los.”

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7. Ajude seu pequeno a celebrar tudo o que já viveu nesse ciclo

“Celebrar tudo o que a criança já viveu naquele lugar e prepará-la para a adaptação são coisas que tornam esses eventos tão importantes. Ajude-a a escrever uma cartinha ou trocar presentes simbólicos entre amigos, por exemplo. As despedidas são imprescindíveis nesse período pré-mudança para que todo mundo entenda o que vai acontecer. Assim, a angústia vai sendo apaziguada à medida que esses laços vão sendo reforçados.”

8. Em hipótese alguma mude de uma hora para outra sem oferecer nenhuma adaptação

“São raras as situações em que uma mudança repentina aconteça. Na maioria das vezes existe um planejamento prévio, mesmo que curto. E é nesse planejamento que a criança precisa ser acolhida, para ser entendida, ouvida. Então, não só diga a ela o que vai acontecer, mas pergunte o que está achando, do que está precisando.”

9. O que fazer quando a criança se recusa a ir

“Explicar, ouvir e oferecer apoio é o que deve ser feito. Dizer coisas do tipo: ‘É uma escolha que fizemos e uma necessidade nossa como família, nós vamos mudar como família. Você precisa vir junto nesse projeto, porque nós não vamos te deixar, mas podemos entender a sua angústia e dar um sentido diferente para ela.”

10. O afeto e a parceria entre pais e filhos vence tudo

“Os pais precisam acolher essa criança e ajudá-la a dar um novo sentido para o medo da nova escola, da nova casa, da falta de amigos. Devem se colocar como parceiros e mostrar que a família será como um time que vai trabalhar junto, sempre preservando o afeto, o acolhimento e o diálogo.”

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