“Eu te desejo muitos amigos, mas que em um você possa confiar”. A letra da música de Frejat traduz bem a importância da amizade. Ter em quem confiar é fundamental para a existência e para a sobrevivência, e isso implica em lealdade. Na data em que se comemora o Dia do Amigo, 20 de julho, vale uma reflexão sobre esse personagem tão importante em nossa vida.
E você sabe o que a amizade tem a ver com a chegada do homem à lua? Para o argentino Enrique Ernesto Febbraro, tudo. Foi ele quem criou o Dia do Amigo, no mesmo dia em que o homem pisou na lua, em 1969.
Ele teria enviado quatro mil cartas para vários países instituindo a data. Ele achava que alcançar a lua era um feito que demonstrava que se o homem se unir com seus semelhantes, nada é impossível.
E quando se trata de união, um amigo é um porto seguro, pode representar o substituto de um pai ou uma mãe. É aquele que as pessoas procuram quando precisam de colo e acolhimento.
“A importância na vida das pessoas é enorme. Existem vários tipos de amizade. Várias formas de manifestar o sentimento de amizade. Mas todas são bem-vindas, desde que sinceras e marcadas pela lealdade”, afirma a psicóloga Kátia Ricardi de Abreu.
Lealdade é sinceridade
E o que significa lealdade nessa relação de amizade? Para Katia, é deixar clara a sua posição, mesmo quando discordar de algo. “Um amigo leal é sincero, assertivo, capaz de dizer coisas difíceis de serem ouvidas sem tom de crítica, sem causar desconforto. Um amigo leal é sensível e solidário às necessidades do outro”, completa a psicóloga.
Mas é preciso estar atento a sentimentos que podem naturalmente surgir em uma relação de amizade. O ciúme, por exemplo, é algo inerente a qualquer tipo de relacionamento, não somente o afetivo. Mas isso não quer dizer que é algo que se possa aceitar sem questionar.
O ciúme é uma distorção do amor, segundo Katia. “Se está presente na amizade, está havendo confusão sobre o conceito de amor. Não há posse sobre o outro em relações humanas. Se isso acontece, os conceitos podem ser revistos”, avalia.
Lealdade e individualidade
Assim, amizade não pode ser confundida com simbiose. Muitas vezes, aquele grande amigo não estará presente na hora que mais precisarmos dele. Porque a pessoa tem a vida dela para viver, tem seus compromissos para cumprir. “Isso não tem a ver com falta de lealdade”, completa.
Segundo Katia, há quem entenda amizade como uma forma de apoio incondicional. Então, quando a pessoa não concorda com algo, não faz algo dentro da expectativa, deixa de ser considerado amigo.
“Entendo que faz parte de um relacionamento de amizade o acolhimento incondicional. Não necessariamente apoio. A diferença é que o amigo pode ser sensível e solidário, entender e compreender, mas pode decidir não apoiar algo que não vai ao encontro de seus valores”, diz a psicóloga.
Dessa forma, o amigo pode não estar presente fisicamente em uma hora difícil sem comprometer seu sentimento de amizade. Quando a amizade termina, significa que ela estava apoiada em valores que deixaram de existir, de uma ou de ambas as partes, inclusive a lealdade.
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