Pensamentos obsessivos invadem a mente e podem até tomar conta de ações do dia a dia, como fechar portas, lavar a louça e abrir um armário. Entender como funcionam e saber como identificá-los é o primeiro passo para se livrar deles.
O que são os pensamentos obsessivos?
A psicóloga e professora da Universidade Feevale Ana Beatriz Guerra Mello explica que os pensamentos obsessivos geralmente acompanham uma doença chamada de neurose obsessiva compulsiva e não possuem uma causa específica. E esse problema costuma ter crises, com altos e baixos.
“Os pensamentos obsessivos também aparecem em pessoas ditas normais, é uma manifestação dessa neurose. Elas não estão doentes mas estão vivendo um padrão de anormalidade” comenta a especialista.
Segundo Ana Beatriz, os pensamentos obsessivos incomodam. Eles surgem de forma insistente e repetitiva. Além disso, o conteúdo gera uma ansiedade insuportável porque a pessoa não consegue se ver livre deles.
Identificar esses pensamentos obsessivos nem sempre é fácil. A própria pessoa que os tem pode se dar conta de coisas que surgem na cabeça e que não vão embora. Ou ela pode colocar em ação essas ideias e ter comportamentos obsessivos.
A psicóloga comenta que são comuns as obsessões com limpeza. “A pessoa lava a louça e pensa que poderia ter limpado melhor, vai lá e refaz tudo de novo. Ainda não satisfeita insiste na limpeza”, explica.
Outra manifestação é uma constante preocupação quando a pessoa sai de casa: se fechou a porta, se ativou o alarme e outros. E ela volta mais de uma vez para conferir. “Quem sofre com pensamentos obsessivos busca uma simetria, mede as coisas milimetricamente”, diz a psicóloga. Mesmo quando a obsessão não tem um objeto palpável.
Ana Beatriz comenta que, às vezes, o indivíduo com esse problema se dá conta do quão ridículas e desnecessárias são suas atitudes, como, por exemplo, abrir e fechar portas três vezes antes de entrar ou sair. Mas quem sofre com a neurose e pensamentos obsessivos não consegue impedir esse comportamento.
Quando a própria pessoa percebe, ela pode ainda ficar muito tempo (inclusive meses) ponderando obsessivamente se seus pensamentos e atitudes são realmente obsessivos antes de buscar ajuda. A especialista recomenda que familiares e pessoas próximas chamem atenção para esse tipo de comportamento e auxiliem na busca por melhora.
Como tratar os pensamentos obsessivos
A psicoterapia é indispensável para uma melhora nos pensamentos obsessivos. Ana Beatriz comenta que às vezes é preciso fazer o uso de medicamentos, inclusive os específicos para controlar a ansiedade.
O problema pode vir em ondas, altos e baixos, e inclusive impedir que a pessoa mantenha sua rotina de trabalho e social sem se tratar. A recomendação da psicóloga é que o tratamento com terapeuta comece antes que surja uma crise para que fique mais fácil lidar com a doença.
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