Por volta da 14ª e da 16ª semana de gestação, a maioria das mamães percebe o surgimento de uma marca divisória no meio da barriga. Ela se chama linha nigra e é resultado de alterações hormonais, que modificam a pigmentação da pele. Segundo a dermatologista Daniela Schmidt Pimentel, a mudança chega a atingir 90% das mulheres.
Entenda as causas da linha nigra
A linha nigra pode se apresentar de diferentes maneiras. Em algumas gestantes, ela aparece apenas na parte posterior do umbigo, em outras percorre toda a extensão do abdômen – desde o término da linha torácica até a pelve.
Conforme explica Daniela, a marca faz parte de uma série de alterações fisiológicas ocorridas devido à ação de hormônios sobre receptores como os queratinócitos, fibroblastos, melanócitos e células endoteliais, que revestem o interior dos vasos sanguíneos e refletem na pigmentação da pele. O estrogênio é um deles.
Por se tratar de um hormônio que estimula a produção de melanina, o estrogênio também pode causar escurecimento na região da face, dos seios, das axilas, da área genital e da parte interna das coxas. Mas a boa notícia é que cerca de 12 semanas após o parto, a linha nigra some sem necessidade de medicação, com a baixa dos hormônios.
Ainda assim, no período pós-gestação, o acompanhamento de um dermatologista é fundamental. Ele poderá indicar tratamentos que ajudam a linha a desaparecer com mais facilidade, através do uso de esfoliantes que promovem a renovação celular da pele ou até do ácido fólico, que ajuda a atenuar a ação dos hormônios.
Cuidados com a pele na gravidez
As alterações de pigmento na pele durante a gravidez exigem monitoramento. Segundo a médica, um dos maiores problemas é a possibilidade de formação manchas permanentes no rosto, chamadas de cloasmas ou melasmas.
Elas se caracterizam por criarem um depósito aumentado do pigmento melanina em toda a extensão da epiderme, a camada mais superficial da pele. Algumas manchas escuras no rosto desaparecem após o parto, mas outras podem necessitar de tratamentos específicos, explica a dermatologista. Por isso, é importante ter atenção.
“A origem exata do problema ainda é desconhecida, mas sabemos que envolve fatores genéticos, raciais, hormonais e ambientais”, destaca Daniela. Um dos fatores mais importantes é a exposição da pele ao sol. Além disso, as manchas são mais comuns em mulheres de ascendência hispânica e asiática, mas podem afetar qualquer gestante.
O mais importante para evitar danos profundos à pele é a prevenção durante a gravidez. O filtro solar, por exemplo, deve ter alto fator de proteção. Outro incômodo recorrente no período são as estrias gravídicas, principalmente nas regiões do abdômen, mamas, coxas e glúteos.
Para combater essas marcas, a dermatologista recomenda o uso de cremes hidratantes, consumo de líquidos e a microdermoabrasão, um procedimento de peeling físico que não tem contraindicação para gestantes.
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