Filhos

Discutir a homossexualidade nas escolas é desafio da educação

Por Redação Doutíssima 14/04/2013

As escolas são lugares de aprendizado e têm um impacto direto sobre como os alunos aprendem e interagem com seus pares. Por isso, a cada dia se torna mais necessário discutir a homossexualidade desde cedo. o problema é que esse ainda é um assunto polêmico e não existe consenso sobre a sua inserção na grade curricular.

Por que discutir a homossexualidade é importante?

Para os adolescentes gays e lésbicas, a vida não é fácil. Eles são um dos alvos mais comuns de bullying. Suas taxas de suicídio são as mais elevadas do que as de qualquer outro grupo de jovens e muitos lutam para encontrar aceitação na escola e até mesmo na própria casa. 

Quase dois terços dos estudantes relatam se sentirem inseguros e condenados ao ostracismo na escola por causa de sua orientação sexual, de acordo com um estudo da Gay, Lesbian and Straight Education Network.

A homofobia ainda está muito presente em muitas das nossas escolas e comunidades – para não falar da sociedade em geral. Esse viés fere todas as crianças, tanto aquelas que são diretamente afetadas quando aquelas que aprendem em uma atmosfera de medo e tensão.

Uma pesquisa intitulada Juventudes e Sexualidade no Brasil, publicada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que 39,6% dos meninos não gostariam de ter um colega de classe homossexual. Isso ilustra bem a gravidade do problema.

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O assunto ainda gera polêmica, mas está cada vez mais presente. Foto: iStock, Getty Images

Escolas ainda não abordam o tema

De acordo com um estudo conduzido por pesquisadores das universidades de Birmingham City e Sheffield Hallam, educadores sempre se referem a seus alunos como heterossexuais, ignorando as pessoas que têm uma orientação sexual diferente.

Os especialistas, no entanto, alertaram que isso pode causar um efeito horrível de representatividade. O desafio ao discutir o tema nas escolas é mostrar que as palavras gay e lésbica são adjetivos que devem ser usados ​​para descrever pessoas que se identificam dessa forma e não palavras com significado negativo.

Os alunos precisam ser incentivados a refletir sobre suas próprias ações e preconceito, aprender com os seus pares que são diferentes deles e oferecer apoio aos que se levantam contra o ódio.

O problema é que essa discussão ainda não é uma realidade bem vista. Recentemente, dois temas foram vetados do Plano Nacional de Educação (PNE): identidade de gênero e sexualidade nas escolas.

Foi alegado que trazer esses temas para as escolas poderia deturpar os conceitos de homem e mulher. Segundo alguns defensores da não utilização dos termos na escola, esse assunto deveria ser abordado exclusivamente pelos pais.

Vale dizer que a polêmica não se restringe ao Brasil. No ano passado, o prefeito de Veneza foi manchete por proibir livros sobre homossexualidade nos espaços de ensino da cidade italiana. Na Austrália, um documentário sobre crianças com pais homossexuais foi proibido nas escolas do estado de Nova Gales do Sul.

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