A toxina botulínica, popularmente chamada de botox, é uma substância com habilidade de inibir a contração muscular. Por isso, é tão utilizada em tratamentos estéticos. Dados da Academia Americana de Cirurgia Plástica e Estética apontam que, em 2012, foram realizados mais de quatro milhões desse tipo de procedimento no país.
No Brasil, alguns dados recentes são relativos ao ano de 2011. O Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia apontou que, naquele período, 43% dos procedimentos estéticos feitos para amenizar rugas consistiam na aplicação de toxina botulínica. Ainda assim, é preciso considerar prós e contras.
Toxina botulínica atenua linhas de expressão, inibindo a contração muscular. Foto: iStock, Getty Images
Quando o botox é indicado?
A dermatologista Tatiane Watanabe explica que o botox é uma substância derivada de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
“Os primeiros estudos do uso da toxina botulínica para indicações cosméticas foram publicados em 1992”, relembra a especialista. Inicialmente, a substância era utilizada no tratamento de doenças como estrabismo e distonia cervical.
Atualmente, conforme relembra a especialista, o botox é considerado um método seguro para a correção de problemas associados à contração muscular: rugas na testa e na lateral dos olhos, sorriso gengival – quando a gengiva superior aparece durante o sorriso – , alguns tipos de enxaqueca e bruxismo.
“Além disso, o tratamento com a toxina botulínica também tem se mostrado muito efetivo no controle do excesso de suor, principalmente nas axilas”, realça a dermatologista. Ela destaca que, no caso das rugas, o botox é indicado para algumas regiões bem específicas.
O tratamento com a toxina no rosto, de acordo com ela, é mais indicado para tratar rugas que realmente são causadas pela contração muscular. Por exemplo: as da testa, da área entre os olhos e dos “pés de galinha”. Outras linhas ou sulcos geralmente são abordados com técnicas distintas.
Tatiane enfatiza, também, que as rugas podem ser divididas em duas categorias: as dinâmicas e as estáticas. “As dinâmicas são aquelas que só aparecem quando fazemos careta e as estéticas são aquelas que estão sempre ali, mesmo quando estamos com ‘cara de paisagem’”, exemplifica.
A dermatologista confirma que a maioria das rugas estáticas são inicialmente dinâmicas e que, com o passar dos anos, acabam marcando permanentemente a pele. “Ambos os tipos podem ser atenuados com a aplicação do botox. Mas o tratamento de rugas dinâmicas é muito mais eficaz e auxilia na prevenção do surgimento de rugas estáticas”, esclarece.
Conheça prós e contras do botox
“O tratamento de rugas com a toxina botulínica revolucionou a medicina cosmiátrica”, assegura Tatiane. “Ela permitiu um tratamento em consultório muito rápido, para problemas comuns e que incomodam bastante. Mas o tratamento não é eterno: tem duração média de quatro meses”, afirma.
Além disso, a dermatologista adverte que pode haver surgimento de pequenos hematomas, pois a aplicação é realizada por meio de diversas agulhadas. “O desconforto associado à aplicação geralmente é leve, pois podem ser utilizados métodos para a redução da dor, como anestéticos em forma de creme e aplicação de gelo”.
Para assegurar bons resultados a partir da aplicação da toxina, é importante contar com a orientação de um profissional especializado. Afinal, não é possível descartar totalmente a possibilidade de ocorrer a paralisia dos músculos adjacentes ao tratamento, o que pode levar à queda temporária da pálpebra, por exemplo.
Conforme informa a dermatologista, o botox é absolutamente contraindicado para pessoas com histórico de alergia à toxina ou que possuam doenças neuromusculares. “Também não deve ser utilizada em gestantes, pois não se sabe o risco de transmissão da toxina da mãe para o feto”, conclui.
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