Clínica Geral

Bipolaridade: excesso de diagnósticos por parte dos pisquiatras?

Por Redação Doutíssima 13/12/2013

O transtorno bipolar tem sido um tema muito discutido nas mídias. Nos últimos anos, parece que todo mundo passou a sofrer com a bipolaridade, vejamos o exemplo de diversas celebridades, como Demi Lovato, Catherine Zeta-Johnnes, Mel Gibson, Jim Carrey, Ozzy Osbourne, entre tantos outros que foram diagnosticadas com o transtorno.

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Alguns psiquiatras argumentam que atualmente existe um exagerado número de diagnóstico de bipolaridade. Eles dizem que os psiquiatras tendem a diagnosticar a doença diretamente em paciente que apresentam sintoma de oscilações extremas de humor. Um argumento para a nova “moda” da doença seria que as empresas farmacêuticas terem mudado sua definição, para ampliar o mercado para a medicação antipsicótica.

Até o início da década de 1980, quem sofria de bipolaridade era diagnosticado com “psicose maníaco-depressiva”. Uma revisão psiquiátrica decidiu alterar esse nome por causa da conotação negativa que se associava, principalmente ao termo psicose. Foi então que se passou a usar o nome “transtorno bipolar”. Mas o estigma ainda persiste, gera preconceito e intenso sofrimento no âmbito profissional e pessoal. Não é raro relatos de perda de trabalho e de separações de casais.

A manipulação, principalmente legal, de aceitação pública e psiquiátrica da bipolaridade se deu de maneira estranha. Os fabricantes dos medicamentos antipsicóticos tentam sempre alterar o significado desta condição, visando expandir suas fronteiras. Além dos sintomas clássicos, o transtorno bipolar tornou-se uma etiqueta que pode ser ligado a toda um conjunto de problemas pessoais comuns, que então tornam-se alvos legítimos para o tratamento antipsicótico. Sofrer de apenas um dos sintomas não significa que você sofre com a doença. Fique atento, e principalmente não se automedique.

 

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA DOENÇA BIPOLAR?

Uma pessoa em crise bipolar pode manifestar sintomas de Mania ou de depressão. Na crise de MANIA, a pessoa demonstra um estado de humor elevado e expansivo, eufórico ou irritável. Nas fases iniciais da crise a pessoa pode sentir-se mais alegre, sociável, activa, faladora, auto-confiante, inteligente e criativa. Com a elevação progressiva do humor e a aceleração psíquica podem surgir alguns ou todos os seguintes sintomas:

  • Irritabilidade extrema; a pessoa torna-se exigente e se irrita quando os outros não acatam os seus desejos e vontades;
  • Alterações emocionais súbitas e imprevisíveis, os pensamentos aceleram-se, a fala é muito rápida, com mudanças frequentes de assunto;
  • Reação excessiva a estímulos, interpretação errada de acontecimentos, irritação com pequenas coisas, levando a mal comentários banais;
  • Grandiosidade, aumento do amor próprio. A pessoa, pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;
  • Energia excessiva, possibilitando uma hiperatividade ininterrupta;
  • Diminuição da necessidade de dormir;
  • Aumento da vontade sexual, comportamento desinibido com escolhas inadequadas;
  • Incapacidade em reconhecer a doença, tendência a recusar o tratamento e a culpar os outros pelo que corre mal;

 

Quando o paciente atinge o estado da depressão,o principal sintoma é um estado de humor de tristeza e desespero.Em função da gravidade da depressão, podem sentir-se alguns ou muitos dos seguintes sintomas:

  • Preocupação com fracassos ou incapacidades e perda da auto-estima. Pode ficar-se obcecado com pensamentos negativos, sem conseguir afastá-los;
  • Sentimentos de inutilidade, desespero e culpa excessiva;
  • Pensamento lento, esquecimentos, dificuldade de concentração e em tomar decisões;
  • Perda de interesse pelo trabalho, pelos hobbies e pelas pessoas, incluindo os familiares e amigos;
  • Preocupação excessiva com queixas físicas, como por exemplo a obstipação;
  • Agitação, inquietação, sem conseguir estar sossegado ou perda de energia, cansaço, inacção total;
  • Alterações do apetite e do peso;
  • Alterações do sono: insônia ou sono a mais;
  • Diminuição do desejo sexual;
  • Choro fácil ou vontade de chorar sem ser capaz;
  • Ideias de morte e de suicídio; tentativas de suicídio;
  • Uso excessivo de bebidas alcoólicas ou de outras substancias;