Clínica Geral

TED: Como nos mantermos saudáveis apesar do tempo

Por Dr. Victor Sorrentino 18/01/2014

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Nosso cirurgião plástico, Dr. Victor Sorrentino, participou do TED Pelourinho para contar um pouquinho sobre o futuro da medicina, sobre o cidadão inteligente e preocupado com a saúde. Hoje ele nos dá dicas sobre como se manter saudável através dos tempos.

Primeiro, confira a excelente palestra que ele deu na Bahia:

Agora confira os extratos de sua entrevista sobre o tema para o site Eco Desenvolvimento.org:

Quais os piores alimentos para a saúde?

O pior é o refrigerante light, mas o leite de vaca também está entre os piores. É difícil dizer o que tem de leite de vaca ali dentro, porque hoje aquilo é veneno, possui uma quantidade imensa de hormônio de vaca prenha. Já foram identificados mais de 56 hormônios, incluindo o do crescimento. Isso sem contar os pesticidas, agrotóxicos, antibióticos. Não ache que se a vaca ficar doente o produtor vai tirar ela de produção, ele vai é dar antibiótico para que ela continue dando leite. E isso justifica o crescimento da nossa resistência a certos remédios.

Outro problema é o cálcio desse leite, que possui uma concentração muito alta e tem provocado diversos problemas, inclusive a osteoporose, por incrível que pareça. Em países como a China e o Japão, onde não existe o consumo de leite de vaca, os níveis de infarto e osteoporose são muito mais baixos.

Além disso, tem os produtos à base de soja, aspartame, ciclamato monossódico, frutoses (com exceção do que vem junto com a fruta), gorduras trans, óleos hidrogenados, biscoitos industrializados, molhos prontos, glúten.

E o que comer para não ficar doente?

Frutas (de preferência orgânicas), peixes, ovo, leites de coco, amêndoa e arroz, açúcar mascavo, adoçante stevia, óleo de coco, muita água, verduras e vegetais.

Quais são as ferramentas que podem ser usadas para conscientizar e mudar esses hábitos da população?

Teríamos que contar com ajudas extras. Eu vejo essas campanhas governamentais de saúde e acho-as muito pobres. Não basta você falar para as pessoas irem ao posto de saúde, usarem preservativos, terem cuidado com o alimento tal. Não está funcionando. Para a geração adulta, infelizmente se tem pouco a fazer, porque temos que contar com a colaboração das pessoas, e elas são muito acomodadas.

Eu tenho esperança na geração futura, nas crianças que já estão com a saúde devastada por nossa causa. No momento em que a gente atingir o colégio, quando a escolinha tiver uma cultura de saúde, provavelmente eles levarão à frente isso. Mas só falar que faz mal não adianta, até porque os médicos não estão atualizados e toda hora vão para a televisão falar besteiras, com informações desencontradas.

Qual o papel da informação nesse contexto?

É fundamental, mas primeiro tem que haver uma informação correta. Não adianta só falar que refrigerante faz mal, você tem que mostrar o porquê, dizer o que tem dentro dele, fazer a pessoa ficar com raiva daquilo ali e sentir medo, porque é isso que eu sinto como médico. Falar que faz mal ou que engorda não basta, a pessoa continua usando. Temos que colocar isso de uma maneira bem compreensível, mostrar qual é o veneno que tem ali. Agora não adianta um só médico falar. Imagina todos saindo da faculdade falando isso, o impacto que causaria na saúde da população?

O médico não sabe porque uma coisa faz mal, e por isso não vai passar a informação. Imagina esse monte de gente enchendo o saco toda hora, “isso aqui não”, “aquilo ali não”, mas nem eles fazem o que pregam. Lembrando que a base está nas crianças. Porque as pessoas não são obrigadas a nada e é difícil mudar, mas as crianças podemos obrigar. Se obrigamos elas a irem ao colégio, então vamos obrigá-las a comer as escolhas saudáveis.

O que é a Medicina do Futuro?

É a mesma coisa do anti-aging, basicamente, é a medicina da longevidade. E isso assusta muito os médicos, porque afronta a indústria da doença. À medida em que a pessoa não fica doente, ela não precisa ir ao médico da doença, então os médicos vão ter que começar a pesquisar uma nova forma de entender seus pacientes, que é entender a saúde. Aí os conflitos começam a acontecer, porque todo o mundo precisa de dinheiro, e tem médicos que vivem da indústria da doença. Se a pessoa não ficar doente, ele perde o paciente.

Ela é conhecida como a medicina do futuro porque faz um entendimento completamente diferente do que existe nas faculdades de medicina hoje. Um aluno hoje no terceiro ano de faculdade já está com 50% do seu conhecimento obsoleto. Ele vai se formar já com conhecimentos atrasados, vai ter que dispor de mais tempo e dinheiro para poder rever tudo que ele já estudou, e não vai fazer isso, o que é compreensível. Ele vai ter que trabalhar.

Já a medicina anti-aging está sempre se reciclando. Não existe uma especialidade. São médicos de várias áreas se comprometendo a pensar na pessoa como um todo. Isso remete ao passado, porque são médicos que não estão pensando na sub-especialização, e ao futuro, porque ninguém pensava que existiria um meio de fazer com que a gente, de fato, retarde o relógio biológico e viva mais tempo e melhor.

Apesar de ser a Medicina do Futuro, ela tem muitas características da cultura oriental, que é milenar e já provou ser extremamente benéfica para as pessoas, correto?

Sim, para ser a Medicina do Futuro, ela precisa entender o passado, pescar o que tem de bom em cada momento médico da história e juntar isso a um conhecimento mais evoluído. O povo oriental é muito mais evoluído em termos de entendimento do corpo, do que o ocidental. O ocidental não entende o corpo, ele entende de remédio, e aproveita as tecnologias, “agora tem o exame X”, “agora tem o remédio tal”.

A gente deveria aprender muito com os orientais. A medicina moderna resolveu esquecer completamente o conhecimento adquirido nos últimos 5 mil anos, como a medicina chinesa, a ayurvédica, a dos índios. Eu não sou naturalista e tenho que aprender a usar medicações quando forem necessárias, mas eles vivem muito bem sem isso, eles sabem como resolver cada problema com alguma coisa da natureza. Eles são muito sábios, e a gente adotou uma cultura americana que só está fazendo mal à nossa saúde.