Nós ortodontistas somos verdadeiros apaixonados pela cefalometria, mesmo alguns sendo obrigados a viver essa paixão. Estudando a harmonia facial me deu vontade de saber o que os cirurgiões da área médica pensam ou usam como parâmetros para tratar seus casos seguindo a harmonia facial e a partir de então, tenho estudado muito com esse foco. Não vou entrar aqui na diferença entre os termos bioplastia e a cirurgia plástica que ouvimos mais comumente mas sim ampliar um pouco mais o que o ortodontista precisa saber e verificar o que precisa ser feito para que seu trabalho fique mais completo.
Um estudo que todo ortodontista trabalha quase que diariamente é com a cefalometria, nela analisamos radiografias da face e juntamente com isso, fazemos várias medições feitas por desenhos em um papel transparente no qual podemos escrever a vontade, sobre a radiografia do paciente. Com a cefalometria, podemos estudar várias dimensões dos ossos da face do paciente e comparar com os valores que temos como padrão.
O que o ortodontista precisa ficar atento é com relação ao fato subjetivo que envolve o tratamento. A cefalometria é um aliado mas não pode combater sozinho, precisamos de mais detalhes.
Posterior à análise da cefalometria, o ortodontista precisa entrar na individualização do caso para poder adequar os resultados numéricos da cefalometria com as necessidades funcionais e estéticas do paciente. Nesse momento, o ortodontista precisa verificar na face do paciente as principais necessidades de modificação estética que acompanhem as necessidades funcionais. O ortodontista vai estar sempre ligado a dois fatores que estão sempre juntos, a estética e a função.
Um terceiro fator que vem deixando muitos ortodontistas com os cabelos em pé é com relação à percepção do paciente, ao que o paciente espera do tratamento e se nós poderemos dar ao paciente o que ele espera. E não somente isso, se o que o paciente espera é o melhor para ele ou pode lhe causar problemas. Nesse ponto, o ortodontista fica na dúvida de o que deve fazer para agradar ao máximo o paciente sem comprometer seu trabalho.
Para que essa integração de raciocínio fosse feita, falei ainda hoje sobre a harmonia da face de acordo com o ponto de vista ortodôntico e nossos leitores poderão perceber que a agradabilidade facial é extremamente difícil de se alcançar mas se o paciente seguir as regras de acordo com o aconselhamento do profissional e tiver noção das limitações bem como sensatez, tudo vai correr bem e o resultado final será belo e funcional.