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Como armazenar células-tronco do dente de leite

Por Dr. Eder Zucconi 14/09/2016

O dentinho do seu filho vai cair? Esta pode ser uma ótima oportunidade para se armazenar as células-tronco do dente de leite. Provavelmente, todo mundo já sabe ou já ouviu dizer que no cordão umbilical existem células-tronco usadas para tratar doenças. A novidade é que a polpa de dente também é uma fonte rica em células-tronco.

As células-tronco são células muito especiais presentes no nosso corpo que sob certos estímulos, podem dar origem a células cardíacas, ósseas, musculares, neuronais, etc. Toda vez que nosso corpo sofre uma lesão, são as células-tronco presentes no nosso organismo que vão reparar este dano. Por este motivo, as células-tronco são a grande promessa para a medicina regenerativa e poderão ser utilizadas para o tratamento de doenças hoje incuráveis.

Saiba como armazenar as células-tronco do dente de leite. (Foto: Istock)

Saiba como armazenar as células-tronco do dente de leite. (Foto: Istock)

Qual a vantagem de se armazenar as células-tronco do dente de leite?

A polpa de dente é uma fonte rica em células-tronco mesenquimais jovens, com capacidade de se transformar em uma variedade de tecidos do nosso corpo.

Para os pais que perderam a oportunidade de armazenar as células-tronco do cordão umbilical de seus filhos, a polpa de dente é uma excelente alternativa para coletar células-tronco jovens e com potencial terapêutico enorme.

Como é realizada a coleta do dente?

Quando um dentinho da criança estiver para cair, os pais devem entrar em contato com a empresa escolhida para solicitar um kit que contém todas as instruções da coleta. Logo após a queda natural do dente, basta colocar o mesmo no frasco estéril enviado no kit e encaminhar a amostra para o laboratório que irá realizar o isolamento e congelamento das células. A coleta também pode ser realizada por um odontopediatra.

No consultório, o dente extraído é colocado no mesmo frasco estéril que contém uma solução para preservar a polpa do dente. Em um prazo de até 36 horas o material coletado é encaminhado para um laboratório especializado onde as células-tronco são extraídas e multiplicadas. O processo para obter o número desejado de células-tronco pode durar entre 45-60 dias.

Como é feito o armazenamento e por quanto tempo dura?

As células-tronco são armazenadas por uma técnica chamada de criopreservação, onde as mesmas ficam estocadas em nitrogênio líquido a -196oC. As células-tronco, armazenadas em condições adequadas, podem ser mantidas por tempo indeterminado. As células mais antigas congeladas datam de mais de 20 anos e, quando descongeladas, conservam suficientemente suas características funcionais e de viabilidade, permitindo aplicações clínicas.

Como é cobrado o processo?

Para armazenamento das células-tronco mesenquimais, existe uma taxa inicial para a coleta e isolamento das células e uma anuidade para o armazenamento do material.

Para que podem ser utilizadas as células-tronco armazenadas?

Hoje já existem inúmeras indicações e teste clínicos em andamento que demonstram o potencial das células-tronco mesenquimais para o tratamento de uma lista enorme de doenças. Hoje existem mais de 644 testes clínicos bem-sucedidos injetando células-tronco mesenquimais em seres humanos para tratamento de doenças graves. Existem trabalhos mostrando aplicação dessas células para doenças como diabetes, infarto do miocárdio, artrose, artrite, esclerose múltipla, Parkinson, fissuras lábio palatinas, AVC, lesões de retina e córnea, enfisema pulmonar, dentre VÁRIAS outras. Isso no Brasil e no mundo.

Não é apenas uma aposta para o futuro?

Em países como EUA, Canadá e na União Européia, os seguintes tratamentos já estão liberados: Doença do Enxerto Contra Hospedeiro; lesões oculares e aplicações estéticas para rejuvenescimento e preenchimento. No Brasil já existem 13 testes clínicos em andamento com células-tronco mesenquimais. Dentre eles destacam-se: enfisema pulmonar, reconstrução de lábio leporino e fendas palatinas, lesão medular, osteoartrite, diabetes, degeneração de retina, lipodistrofia, doenças cardíacas, reconstrução mamar, ulceras venosas, distrofias musculares e incontinência urinária. Ou seja, não é apenas uma aposta para o futuro, já é realidade.

Você já conhecia essa opção de armazenamento das células-tronco do dente de leite? Para saber mais sobre Guia dos Dentes? Acompanhe o Doutíssima!