Filhos

Ajudando o bebê a falar

Por Redação Doutíssima 11/02/2014

Você avançou muito, bebê. De um recém-nascido que só se comunicava chorando e que não entendia nada além de suas necessidades básicas, passando para um bebê de seis meses que começava a articular sons, entender palavras e expressar raiva, frustração e felicidade, até um bebê de oito meses que era capaz de transmitir mensagens por sons e gestos primitivos e, agora, para um bebê de dez meses que falou suas primeiras palavras.

como-lidar-com-o-bebe-que-esta-comecando-a-falar

Ensinando o bebê a falar

Aqui está como você pode ajudar no desenvolvimento da linguagem do seu bebê:

  1. Rotule, rotule, rotule. Tudo no mundo do seu bebê tem um nome – use-o. Rotule verbalmente objetos no ambiente doméstico do bebê, brinque de ‘olhos, nariz, boca’ e aponte outras partes do corpo. Aponte pássaros, cães, árvores, lagos, flores, carros, caminhões e caminhões de bombeiros ao andar. Não deixe as pessoas de fora – aponte mamães, papais, bebês, mulheres, homens, meninas, meninos. Para o bebê – use seu nome com frequência para ajudar a desenvolver um senso de identidade.
  2. Escute, escute, escute. O que você deixa seu bebê dizer é tão importante quanto o que você diz a ele. Mesmo se você ainda não tiver identificado quaisquer palavras, escute seus balbucios e responda: ‘Ah, que interessante’ ou ‘É mesmo?’ Quando você perguntar algo, espere uma resposta, mesmo se for apenas um sorriso, linguagem corporal agitada ou balbucios ininteligíveis. Faça um esforço específico para entender as palavras na fala incoerente do bebê; muitas primeiras palavras são tão confusas que os pais não as percebem. Tente associar as palavras irreconhecíveis do bebê aos objetos que elas podem representar; elas podem não soar nem um pouco corretas, mas, se a criança usa a mesma ‘palavra’ para o mesmo objeto de forma consistente, isso conta. Quando tiver problemas para traduzir o que seu bebê está pedindo, aponte possíveis alternativas, dando-lhe a chance de dizer se você adivinhou corretamente. Vai haver frustração dos dois lados até que os pedidos do bebê se tornem mais inteligentes, mas sua tentativa contínua de agir como intérprete ajudará a acelerar o desenvolvimento da linguagem, assim como dará ao bebê a satisfação de ser no mínimo parcialmente compreendido.
  3. Concentre-se nos conceitos. O bebê ainda precisa aprender muitas coisas que você entende como básicas. Aqui estão só alguns conceitos. Você provavelmente pode pensar em vários outros. Certifique-se de dizer a palavra para o conceito quando você e seu bebê o interpretarem.
  4. Explique o ambiente e a lei da causa e efeito. ‘O sol brilha, então tem luz.’ ‘A geladeira deixa a comida fria para que fique gostosa e fresca’, ‘Mamãe usa uma escovinha para escovar seus dentes e uma escova média para esfregar o chão.’ ‘Ligando o botão na parede, o quarto tem luz. Desligando, fica escuro.’ E assim por diante. Uma consciência e compreensão expandida de seu ambiente, assim como a percepção das outras pessoas e de suas necessidades e sentimentos, é muito mais importante para que seu bebê compreenda bem a linguagem e a leitura do que aprender a repetir um monte de palavras sem sentido.
  5. Perceba cores. Comece a identificar cores sempre que for adequado. ‘Olha, aquele balão é vermelho, que nem a sua camisa’ ou ‘Aquele caminhão é verde. Seu carrinho é verde também.’ ou ‘Veja aquelas flores amarelas, que bonitas.’ Lembre-se, porém, que a maioria das crianças não ‘aprende’ cores até mais ou menos os três anos de idade.
  6. Fale de dois jeitos. Use frases adultas e, depois, traduza-as para a fala simples do bebê: ‘Agora nós dois vamos passear. Papai, Paulo, faz tchau-tchau.’ ‘Ah, você acabou de comer. Zequinha papou tudo’. Falar duas vezes ajuda.
  7. Não fale como um bebê. Usar a fala de adultos simplificada, em lugar de tatibitate, ajudará seu bebê a aprender a falar corretamente mais rápido: ‘Julinha, quer mamadeira?’ é melhor que ‘Bebê qué tetê?’ Formas como ‘cãozinho’ ou ‘bonequinha’, porém, podem ser usadas com crianças novas – são, naturalmente, mais agradáveis.
  8. Introduza pronomes. Embora seu bebê provavelmente não vá usar pronomes corretamente por um ano ou mais, o final do primeiro ano é uma boa época para começar a desenvolver no bebê uma familiaridade com pronomes usando-os junto com nomes. ‘Papai vai pegar comida para Paulinho – Eu vou dar comida para você.’ ‘Esse livro é da mamãe – é meu – e esse livro é da Tatiana – é seu.’ Essa última versão também ensina o conceito de propriedade.
  9. Estimule o bebê a responder. Use qualquer meio em que possa pensar para fazer seu bebê responder, em palavras ou em gestos. Apresente escolhas: ‘Quer pão ou biscoito?’ ou ‘Quer vestir o pijama do Mickey ou o de aviões?’ e então dê ao bebê a chance de indicar a alternativa que deseja, à qual você deve então dar um nome. Faça perguntas: ‘Tá cansado?’ ‘Quer comer?’ ‘Quer ir no balanço?’ Um meneio de cabeça provavelmente vem antes de um sim ou não, mas ainda é uma resposta. Peça ao seu bebê que a ajude a achar coisas (mesmo que não estejam perdidas): ‘Pode achar a bola?’ Dê ao bebê tempo o suficiente para mostrar o objeto, e recompense cumprimentando. Mesmo olhar na direção conta – ‘Isso mesmo. A bola tá lá!’
  10. Nunca force. Encoraje seu bebê a falar dizendo ‘Diga à mamãe o que você quer’ quando ele usar comunicação não verbal para indicar uma necessidade. Se o bebê resmungar ou apontar de novo, ofereça uma escolha: por exemplo, ‘Quer o urso ou o cachorro?’ Se você ainda receber uma resposta não verbal, dê um nome ao objeto, ‘Ah, você quer o cachorro’, e o entregue. Nunca deixe de dar algo porque sua criança não pode pedir a coisa pelo nome ou porque ele ou ela pronuncia o nome incorretamente. Cedo ou tarde, as respostas verbais serão mais numerosas que as não verbais.
  11. Mantenha as instruções simples. Às vezes, perto do primeiro aniversário, os bebês podem começar a seguir comandos simples, mas só se forem dados uma etapa de cada vez. Em lugar de ‘Por favor, pegue a colher e me dá ela’, tente ‘Pegue a colher, por favor’ e, quando isso tiver sido feito, adicione ‘Agora, dá a colher para o papai.’ Você também pode ajudar seu bebê a gostar de ter sucesso em seguir comandos dando comandos que ele já ia cumprir de qualquer forma. Se, por exemplo, seu bebê está pegando um biscoito, diga ‘Pega o biscoito.’ Essas técnicas ajudarão a desenvolver a compreensão, que precede a fala.
  12. Expanda seu repertório de leitura. Rimas ainda são muito boas com bebês que começam a engatinhar, assim como livros com imagens de animais, veículos, brinquedos e crianças. Algumas crianças estão prontas para histórias bem simples, mas a maioria delas só vai estar disposta a sentar para escutá-las em vários meses. Mesmo as que estão prontas normalmente não conseguem lidar com mais de três ou quatro minutos com um livro nessa idade – seu intervalo de atenção ainda é baixo. Você o manterá atento por mais tempo se tornar a leitura interativa, um processo no qual o bebê possa participar completamente.
  13. Pense numericamente. Contar ainda pode estar longe para o bebê, mas o conceito de um ou muitos não está. Comentários como ‘Aqui, pode comer um biscoito’ ou ‘Olha quantos passarinhos estão na árvore’ ou ‘Você tem dois gatinhos’ começarão a inculcar alguns conceitos matemáticos básicos. Conte, ou recite ‘Um, dois, feijão com arroz’ quando sobe as escadas com seu bebê, particularmente quando ele ou ela puder subir com você segurando as duas mãos. Cante rimas numéricas, como ‘Um, dois, feijão com arroz, três, quatro, feijão no prato’, etc.
  14. Use sinais. Muitos pais gostam de usar sinais e movimentos com as mãos com seus bebês para estimular a comunicação, melhorar a compreensão e até, como mostram alguns estudos, estimular o desenvolvimento da linguagem.