Estudo publicado hoje em revista europeia de medicina afirma que a vitamina B3, também conhecida como niacina e muito utilizada para aumentar o ‘colesterol bom’, não ajuda a resolver este problema e ainda causa efeitos colaterais que aumentam o risco de morte.
Diante de um quadro de doença cardiovascular e altos índices de colesterol é muito comum que os médicos indiquem um tratamento a base de niacina, que é a vitamina B3, com o objetivo de aumentar o colesterol bom (HDL) e diminuir o ruim (LDL). Mas um estudo publicado hoje (24/07) na revista New England Journal of Medicine traz resultados preocupantes para quem faz este tipo de tratamento. De acordo com os especialistas que desenvolveram a pesquisa, ao contrário do que se pensa, a droga não atinge os efeitos esperados.
De acordo com o estudo, a vitamina B3 não reduz o risco de ataque cardíaco e derrame, além de provocar efeitos colaterais que aumentam em até 9% os riscos de morte. Os especialistas afirmam ainda que a niacina aumenta só deve ser prescrita em casos onde os pacientes não toleram o tratamento com estatinas.
Vitamina B3 e os riscos de morte
A pesquisa teve duração de quatro anos em vários países da Europa, envolvendo mais de 25.000 pacientes com idade 50-80 anos, que sofrem de doenças cardiovasculares ou diabetes e com o colesterol muito alto. “Este é um estudo muito bom que, infelizmente, não mostra nenhum benefício de niacina, ao custo de efeitos secundários adicionais ou um aumento da mortalidade”, disse ao jornal Le Figaro o Professor François Delahaye, que é cardiologista do Hospital Civil de Lyon. Segundo ele todos os pacientes já faziam o tratamento com estatinas para baixar o colesterol.
O doutor Llyold-Jones, chefe da Unidade de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de Northwestern, em Chicago, foi o responsável pelo texto que acompanha o estudo. Ele recomenda que as pessoas evitem tomar niacina, pois a taxa de 9% de aumento no risco de morte já é mais do que suficiente para tornar esta terapia inaceitável para a maioria dos pacientes. O especialista conclui que o tratamento com estatinas ainda é considerado a abordagem mais segura para reduzir o colesterol.
Já o professor Delahaye vai além: “a vitamina B3 deve ser reservada para pacientes com condições muito específicas, tais como a hiperlipidemia grave, em tratamentos indicados com cautela por especialistas endocrinologistas”. Segundo ele, a questão não é de parar definitivamente a prescrição da vitamina B3, mas usá-la com moderação em casos específicos. Além disso, ele acrescentou ainda que ele não prescreve niacina para diminuir seu colesterol ruim em pacientes com doença cardiovascular, preferindo sempre as estatinas.
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