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Aspirina é eficaz na prevenção de tumores, sugere pesquisa

Por Redação Fortíssima 07/03/2016

A ingestão regular de pequenas doses de aspirina ajuda a diminuir a probabilidade do desenvolvimento de tumores cancerígenos. É o que sugere estudo publicado no periódico JAMA Oncology. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores americanos monitoraram a saúde de 136 mil pacientes ao longo de 36 anos.

Os resultados foram divulgados no início deste mês e demonstram que os voluntários que tomaram aspirina cerca de duas vezes por semana, ao longo de seis anos, apresentam um risco 3% menor de desenvolver câncer. No caso dos tumores de estômago e intestino, a redução das probabilidades foi ainda maior: entre 15 e 19%, respectivamente.

Aspirina é eficaz na prevenção do câncer?

Mesmo diante dos resultados que sugerem a eficácia da aspirina na prevenção de câncer, os pesquisadores ainda não sabem exatamente de que forma o medicamento auxilia no processo. Eles creem que o efeito é decorrente da ação da droga no sangue, pois ela tem influência sua espessura.

A possível explicação é de que, em muitos casos, o corpo tem dificuldade para eliminar células cancerígenas porque as plaquetas do sangue se prendem a elas e as escondem do sistema imunológico. Ao tornar a corrente sanguínea menos espessa, a aspirina seria capaz de evitar a produção de tumores.

Ainda assim, conforme informou Andrew Chan, médico do General Hospital de Massachusetts e um dos autores do estudo, ainda não é possível fazer uma indicação geral do remédio como forma de prevenção ao câncer. Em entrevista ao portal The Telegraph, o especialista sugere que o uso do medicamento com esse propósito depende do caso de cada paciente.

“Neste ponto, seria muito razoável que os pacientes discutissem com seus médicos a conveniência de tomar aspirina como forma de prevenir o câncer gastrointestinal, particularmente os que têm fatores de risco, como histórico familiar”, disse Chan ao site britânico.

aspirina

Diversos estudos sugerem a aspirina reduz o risco de câncer. Foto: iStock, Getty Images

Esta não é a primeira vez que a aspirina está sendo estudada como forma de prevenção de câncer. Em 2013, uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Stanford relacionou o uso regular do ácido acetilsalicílico, que compõe o remédio, a uma redução de 21% do risco de desenvolvimento de melanoma, um tipo de câncer de pele.

O estudo foi divulgado no periódico científico Cancer, da Sociedade Americana de Câncer, e consistiu no monitoramento da saúde de 60 mil mulheres. Aquelas que tomavam aspirina regularmente apresentaram menor risco de desenvolver melanoma.

As que utilizaram o medicamento por até um ano, reduziram em 11% as chances de desenvolver a doença. Já aquelas que utilizaram o remédio por até quatro anos, diminuíram em até 22% o risco. Ou seja, o efeito protetor parece ser progressivo.

Porém, o médico Sérgio Henrique Hirata, professor do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), também crê que ainda não é possível indicar a aspirina para prevenção de melanoma de modo geral.  

“Não podemos extrapolar esses achados para toda a população, mas trata-se de um estudo importante, que pode servir de base para outros”, avalia.

Benefícios sugeridos da aspirina

Não é só em relação ao câncer que a aspirina apresenta supostos benefícios. Na Grã-Bretanha, milhares de pessoas já utilizam o medicamento para reduzir o risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com a médica Sheila Martins, o ácido acetilsalicílico diminui o risco de AVC isquêmico em 20%.

Por isso, muitos médicos recomendam que quem já teve um AVC use o medicamento de forma contínua, para evitar que outro acidente eventualmente aconteça. Há ainda outras pesquisas em andamento que apontam benefícios da droga em tratamentos de fertilidade e prevenção contra demência.

Mas, antes de investir na aspirina como forma de tratamento, cuidado. Um estudo da Queen Mary University, de Londres, também relatou efeitos colaterais, como sangramento severo do estômago e úlceras. Os sintomas são associados ao uso contínuo do medicamento e levam a cerca de 900 mortes por ano. Na dúvida, a dica é consultar o seu médico.

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