Clínica Geral

Tratamento conjunto da hepatite C e do HIV avança, indica estudo

Por Redação Doutíssima 15/08/2014

Um estudo publicado no Jornal da Associação Médica Americana mostrou os primeiros resultados positivos de um novo medicamento para o tratamento conjunto da hepatite C e do HIV. Cerca de 220 pacientes, portadores de ambas as doenças, foram submetidos a testes num período de 12 a 24 semanas.

Evolução do tratamento conjunto da hepatite C e do HIV

Um índice entre 67% e 94% dos pacientes notou uma significativa diminuição da hepatite C, em muitos casos houve o desaparecimento do vírus. O que mais impressionou os pesquisadores é que, nas 12 semanas que se seguiram ao fim do tratamento, a doença, causada pelo vírus HCV, não deu sinais de ressurgimento.

tratamento-conjunto-da-hepatite-C-e-do-HIV

Pesquisas recentes defendem o tratamento conjunto da hepatite C e do HIV. Foto: Shutterstock

Um dos pontos negativos constatados na pesquisa é que o tratamento conjunto da hepatite C e do HIV costuma ser sinônimo de dificuldades. Isto porque, os portadores da primeira doença precisam fazer uso de um medicamento denominado interferon, que tem péssimas reações com os antirretrovirais. Dos 220 pacientes testados, 7 abandonaram o estudo por terem sofrido reações adversas.

Pesquisas sobre o tratamento conjunto da hepatite C e do HIV

O tratamento conjunto da hepatite C e do HIV tem sido pesquisado com tanto afinco pelos cientistas porque os portadores da AIDS, doença causada pelo HIV, são mais propensos a desenvolver a hepatite do que as demais pessoas.

E, até então, a indústria farmacêutica não encontrou a cura da AIDS. Isto porque, o HIV é um retrovírus, formado por um tipo de célula que sofre mutações constantes, e é muito difícil de ser combatido.

Alguns médicos indicam que o tratamento seja realizado separadamente, já que o HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana – ataca o sistema imunológico, deixando a pessoa mais sensível a doenças e a reações adversas quanto a medicamentos. Tratando primeiro o HIV, é um caminho para que as defesas do organismo já estejam mais estabelecidas.

Porém, deixar o vírus da hepatite C agir no corpo sem tratamento, é um risco para a saúde. O curso da doença hepática é mais rápido em pacientes portadores do HIV. Além disso, a doença diminui a aceitação do fígado à terapia antirretroviral potente, utilizada no combate a AIDS. Por isso, o tratamento conjunto da hepatite C e do HIV, com reações positivas, é mais eficaz.

Impactos do tratamento combinado

Os pacientes submetidos ao tratamento utilizaram uma combinação de dois medicamentos: o sofosbuvir e a ribavirina. O primeiro foi aprovado pelo governo americano em 2013, e causou controvérsias por custar cerca de mil dólares por unidade. O segundo já é prescrição comum para os portadores de hepatite C crônica.

Um artigo, vinculado ao estudo sobre o tratamento conjunto da hepatite C e do HIV, afirma que o pior inimigo desta iniciativa é o seu alto custo. Um tratamento médio, com duração de 12 semanas, custa aproximadamente 94 mil dólares, enquanto um de 24 semanas, chega a 189 mil dólares. A esperança é de que que a concorrência entre os novos produtos que chegarão ao mercado resultem em um preço mais baixo.

 

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!