Gestante

Sífilis na gravidez: quais os riscos para a mãe e o bebê

Por Redação Doutíssima 13/11/2014

Cerca de 3 milhões de mulheres dão à luz no Brasil a cada ano. E, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, 1,6% destas mulheres possuem sífilis, doença sexualmente transmissível que pode ser passada da mãe para o feto.

A incidência de sífilis congênita, nome dado quando a transmissão da doença se dá de mãe para filho, é quatro vezes maior que a da infecção pelo vírus HIV. Por isto os riscos de sífilis na gravidez são grandes, e é importante saber como combater a doença.

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Doença pode provocar graves problemas ao bebê na gestação. Foto: iStock, Getty Images

sífilis na gravidez tem cura quando o tratamento é feito corretamente e há a confirmação, por meio de exame de VDRL, de que a bactéria da doença foi eliminada.

Como saber se você sofre de sífilis na gravidez

Pode ser considerada infectada toda gestante que durante o pré-natal, no momento do parto ou curetagem, apresente evidência clínica de sífilis, tendo teste positivo ou não.

O exame de VDRL é um exame de sangue que serve para identificar a doença e deve ser feito no início do pré-natal e repetido no 2º trimestre da gestação, mesmo que o resultado seja negativo.

Isto porque a sífilis pode estar na fase latente e é importante que o tratamento seja feito mesmo assim. Por isto, gestantes diagnosticadas com sífilis devem repetir o exame de VDRL mensalmente até ao final da gravidez para confirmar a eliminação da bactéria.

Com o diagnóstico da sífilis na gravidez e o tratamento adequado da gestante e do parceiro durante a fase pré-natal, é possível eliminar a sífilis congênita, reduzindo o agravo para até 0,5 caso por mil nascidos vivos.

Um dos principais riscos da sífilis na gravidez, quando a grávida não realiza o tratamento, é a contaminação do bebê por meio da placenta e do canal de parto, principalmente se a sífilis estiver na fase inicial, em que é mais transmissível.

Além disto, a possibilidade de aborto é grande neste caso, assim como o desenvolvimento de graves problemas de saúde na criança, como cegueira, surdez, deficiência mental e má formações nos ossos. A sífilis também eleva o risco de parto prematuro e de restrição do crescimento intrauterino.

Tratamento para sífilis na gravidez

O tratamento para sífilis na gravidez deve ser indicado pelo obstetra e, normalmente, é feito com injeções de penicilina em até três doses, o que dependerá da gravidade e do tempo de contaminação da grávida com a doença.

No entanto, é muito importante que a gestante faça o tratamento até o fim para evitar a transmissão da sífilis para o bebê. Além disto, a grávida deve evitar o contato íntimo com seu parceiro até acabar totalmente o tratamento, sendo que ele também deverá realizar o tratamento para a sífilis para evitar a progressão da doença e para evitar a recontaminação da mulher.

Alguns bebês nascem com sífilis congênita sem apresentar sintomas claros, podendo ter apenas erupções de pele e lesões na boca, nos órgãos genitais e no ânus, além de linfonodos aumentados, anemia, icterícia ou pneumonia grave nos primeiros meses de vida.

Por isso é importante que, ao nascer, as crianças sejam avaliadas para que, caso seja necessário, já se inicie o tratamento. Caso a doença não seja tratada, os bebês podem sofrer graves sequelas anos depois. Por isto é extremamente importante que a doença seja diagnosticada e tratada durante a gravidez.