Estética

Conheça os riscos da aplicação de hidrogel

Por Redação Doutíssima 23/01/2015

Depois que a aplicação de hidrogel, de maneira indevida, quase levou a modelo Andressa Urach à morte, o assunto ganhou destaque em todo o Brasil. E com razão. O produto é indicado para uso estético, contudo, em pequenas quantidades, como para preenchimento facial, por exemplo.

O produto jamais pode ser aplicado em grandes proporções com o objetivo de dar volume a regiões como bumbum e coxas.

aplicacao de hidrogel

Aplicado da maneira errada, o hidrogel é sinônimo de grandes riscos à saúde. Foto: iStock, Getty Images

Quem pode fazer aplicação de hidrogel

 

O hidrogel é uma mistura de 98% de água, ou soro fisiológico, e 2% de uma substância sintética chamada poliamida. No Brasil, o produto é liberado desde 2008. Já nos Estados Unidos, país que lidera o número de procedimentos estéticos no mundo, a substância não é liberada para qualquer fim.

A aplicação de hidrogel deve ser feita por um profissional habilitado com anestesia local. Não pode ser aplicado em clínicas simples, sem condições de atender uma eventual emergência.

O custo do procedimento é bastante elevado. Por isso, deve-se desconfiar de clínicas que oferecem o serviço a um preço muito baixo. Isso pode caracterizar produto ilegal ou mesmo sem controle no país. E, obviamente, risco à saúde.

Riscos envolvidos na aplicação de hidrogel

 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que a quantidade máxima para aplicação de hidrogel  seja de, no máximo, 5 ml para o corpo todo. Entretanto, há pessoas que chegam a ter 100 ml em apenas uma região, como a do bumbum, por exemplo.

Além de ser perigoso para a saúde, mostra a completa negligência do profissional que realizou o procedimento.

A aplicação do hidrogel é feita na camada mais profunda da pele. Assim é possível conquistar o volume do músculo. O produto se fixa no local da aplicação e dali não sai. O problema acontece quando o sistema de defesa do organismo identifica que o hidrogel é um corpo estranho e começa um processo para expulsá-lo.

Uma membrana se cria ao redor da substância e, quando ela infecciona, é onde mora o perigo: quanto maior a quantidade de produto aplicado, maior o risco de infecção.

 

Se não tratado há tempo e a  infecção chegar à corrente sanguínea, a pessoa pode ir a óbito. A retirada do produto também não significa descanso. Resquícios escondidos por baixo dos músculos podem provocar novas infecções futuras.

 

A aplicação de hidrogel feita apenas com agulhas também envolve riscos. Se o profissional, por descuido ou falta de habilidade, injetar o produto em um vaso sanguíneo pode resultar em uma embolia pulmonar, com consequências tão graves quanto as causadas pela infecção.

 

Entenda o caso Andressa Urach

 

Em 2009, a modelo gaúcha fez uma aplicação de hidrogel de 400 ml nas coxas. A intenção era ter pernas mais grossas. Em julho do ano passado, Andressa teve febre e dores fortes nas coxas. Esses foram os primeiros sinais de que o corpo dela estava rejeitando o produto.

Nesse mesmo mês, ela fez uma lipoaspiração para a retirada do hidrogel, mas, em novembro, voltou a ter problemas e foi internada em um hospital de Porto Alegre. Depois de quase 30 dias em tratamento, a modelo recebeu alta.

 

 

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