Saúde

Casos de coqueluche crescem no Brasil

Por Redação Doutíssima 06/03/2015

Controlada desde a década de 1960, a coqueluche voltou a assustar o país. Em apenas quatro anos, saltou de 605 casos registrados em 2010 para 6.368 no final de 2013, segundo o Ministério da Saúde.

coqueluche

Contágio de doença infectocontagiosa que atinge trato respiratório ocorre pelo ar. Foto: iStock, Getty Images

No mesmo período, o número de mortes saiu de 18 para 109. A explicação, segundo o governo, é que uma nova cepa mais tóxica da Bordetella pertussis, bactéria causadora da doença, seria a responsável pelo aumento dos casos, pois produziria mais toxinas e, por isso, é mais forte.

A coqueluche é uma doença infectocontagiosa aguda e que atinge o trato respiratório, por isso é perigosa. O contágio se dá pelo ar e também pelo contato direto com a pessoa infectada.

Quando não tratada, a doença pode evoluir para complicações pulmonares, hemorrágicas, neurológicas e desidratação.

Sintomas da coqueluche

O período de incubação da bactéria da coqueluche varia entre sete e 17 dias, já os sintomas podem perdurar por até seis semanas e são divididos em três estágios. São eles:

1. Estágio catarral

 

O estágio inicial é facilmente confundido com gripe e dura cerca de duas semanas. Os sintomas são coriza, espirro, febre baixa, indisposição, lacrimejamento, tosse noturna e falta de apetite.

 

2. Estágio paroxístico

 

Esta fase é a mais crítica e pode durar até duas semanas. Nela, a pessoa tem crises de tosse preocupante para quem está por perto.

A crise começa de forma repentina e, inicialmente, são poucos episódios por dia, até se tornarem frequente e cada vez mais fortes.

A pessoa pode ficar com dificuldade de respirar, fazer sons fortes , ter chiado agudo no peite e até ficar com a face azulada. Em alguns casos, a crise de tosse é tão forte que a pessoa chega a vomitar.

 

3. Estágio de convalescença

 

Este estágio se inicia no final da quarta semana e é quando os sintomas da doença vão se esvaindo até desaparecerem completamente.

 

Vacina é a principal prevenção contra a coqueluche

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção de várias vacinas no Brasil, trabalha em pesquisas para atualização da imunização contra a coqueluche.

Atualmente, a vacina oferecida no país pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação prevê cinco doses.

As primeiras três aplicações devem ser feitas aos dois, quatro e seis meses de vida da criança, sendo a quarta dose aos 17 meses e quinta aos quatro anos. Não é previsto nenhum reforço na vida adulta, o que também está sendo revisto pelo Ministério da Saúde (MS).

Há dois tipos de vacina contra a doença, uma que contém somente alguns componentes purificados da bactéria, chamada de acelular e que por ser mais cara e de difícil produção não é oferecida pelo SUS, e a segunda que é a chamada vacina celular. Nesta versão, é usada a própria bactéria inativada, o que gera reações adversas em algumas pessoas.

No final de 2014, o MS comprou quatro milhões de doses da vacina acelular com o intuito de vacinar quase três milhões de gestantes no país.

De acordo com o Ministério, a imunização evitaria que as mães transmitissem a coqueluche para seus filhos durante a gestação e também durante a amamentação. Os recém-nascidos fazem parte do grupo de risco, assim como os idosos e pessoas que sofrem de doenças respiratórias.

 

 

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