Cerca de 0,1 a 0,4% das gestações são complicadas pelo hipertireoidismo gestacional. A maior parte dos casos ocorre por causa da Doença de Graves (DG), uma doença autoimune que leva a uma anomalia no funcionamento da tireoide. Outras causas, próprias da gravidez, podem também levar ao excesso de hormônios circulantes.
Dependendo da disfunção, pode durar de branda e transitória a grave e duradoura. A DG, por exemplo, apesar de levar a uma tireotoxicose mais intensa, pode melhorar progressivamente ao longo da gestação, por conta de uma maior tolerância imunológica.
Casos de hipertireoidismo gestacional
Conforme estudos feitos pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu, várias complicações maternas e fetais já foram observadas, nos casos em que hipertireoidismo gestacional não regrediu com a evolução da gestação, comprometendo, particularmente, o segundo e terceiro trimestres
Entre essas complicações, os pesquisadores apontaram maiores incidências de eclampsia (convulsões na gestante), insuficiência cardíaca congestiva, edema agudo de pulmão, arritmias cardíacas e crise tireotóxica.
Além disso, também foram relatadas maiores taxas de abortamento, natimortalidade, prematuridade, baixo peso ao nascer e problemas na formação do feto.
Se não há, entretanto, complicações ao longo da gravidez e há o controle do hipertireoidismo gestacional, a doença não traz riscos ao bebê.
Uma das causas mais comuns para o desenvolvimento do hipertireoidismo gestacional é a realização do tratamento para engravidar, uma vez que, durante o procedimento, a mulher toma hormônios para estimular a ovulação e isso pode desencadear alterações na glândula da tireoide.
Diagnóstico para hipertireoidismo gestacional
A prevenção das complicações depende do diagnóstico precoce do hipertireoidismo gestacional e tratamento, que visa para manter os níveis de tiroxina livre no limite superior da normalidade, buscando-se o eutireoidismo clínico materno, com o uso da menor dose possível de medicação. Isso é imprescindível.
A dificuldade em diagnosticar a patologia se deve pelo fato de o hipertiroidismo gestacional ter sintomas que se confundem com os próprios sintomas da gestação: fadiga, palpitação, ansiedade, sudorese e intolerância ao calor.
Suspeita-se de hipertiroidismo gestacional nas gestantes que não ganham peso ou até emagrecem, apesar de aumento de apetite. E no caso de desconfiar, um exame de sangue é suficiente para confirmar ou não a suspeita.
A mulher pode ter a doença antes de engravidar ou desenvolvê-la durante a gestação ou no período pós parto. No primeiro caso, o hipertiroidismo pré-gestacional pode melhorar ou piorar com a gestação.
O mais comum é a manifestação da doença no primeiro trimestre da gravidez, com melhora no período restante e uma nova piora no pós-parto. Mulheres com hipertiroidismo mal controlado apresentam maior dificuldade para engravidar e maior chance de aborto.
Tratamento e alimentação
Tanto na gravidez quanto na lactação, a opção de tratamento para controle do hipertireoidismo gestacional é o propiltiouracil. A menor dose é capaz de deixar os hormônios tireoidianos dentro do normal. Opções como a radioterapia e cirurgia não são aconselhadas, a não ser que essa seja a indicação médica.
Também para quem tem hipertireoidismo, um controle alimentar pode auxiliar no tratamento. Existem alimentos conhecidos por inibirem o excesso de produção de tireoide. Entre eles, estão o feijão, couve-flor, vegetais verdes, soja e peixe, especialmente o salmão.
Uma dieta rica em ácidos graxos ômega 3, cálcio e vitamina C também pode ajudar a estabilizar a tireoide.
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