Amamentação

Relactação: entenda a técnica que ajuda mães na amamentação

Por Redação Doutíssima 09/07/2015

O processo de colocar o bebê para mamar com a ajuda de uma sonda tem nome: relactação. A técnica é usada quando a mãe não tem mais leite ou está produzindo quantidade insuficiente para suprir as necessidades da criança.

A volta da amamentação também é alternativa em caso de bebês prematuros que precisaram utilizar a complementação para voltarem a mamar na mama. No caso de mães adotivas,  o procedimento é usado para estimular a mama dessa mãe para que ela comece a produzir o próprio leite para alimentar o filho adotivo.

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Bebês prematuros podem voltar a mamar com técnica de amamentação por sonda. Foto: iStock, Getty Images

“Também é usada para bebês que mamaram um tempo no peito, pararam de mamar por algum motivo e agora a mãe quer voltar a introduzir o bebê no peito”, explica o médico ginecologista e obstetra Domingos Mantelli Borges Filho.

Kits específicos para relactação

A relactação é aplicada com o auxílio de uma sonda.  Segundo o médico, existem kits específicos que a mãe pode comprar para estimular a amamentação, onde o leite vem pela sonda, só que o bebê abocanha o mamilo e a sonda, então, ele vai sugar na mama, vai vir o leite da sonda e, consequentemente, estimular essa mama a produzir mais leite.

Segundo o ginecologista, normalmente, os resultados são obtidos a partir de duas a três semanas do início da aplicação da técnica. Ele garante que todas as mulheres podem, sim, se submeter a esse procedimento, desde que seja liberado pelo obstetra e pelo pediatra.

Além disso, também não pode haver nenhuma contraindicação, por exemplo, uma deformidade na mama que não permita amamentar. “Caso contrário, se foi uma gestação normal e a mama da mulher é normal, qualquer mulher pode se submeter à relactação”, diz.

Relactação ainda é pouco difundida no Brasil

Segundo Mantelli,  que é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e pós-graduado em residência médica nas áreas de ginecologia e obstetrícia pela mesma instituição, a relactação não é tão largamente utilizada no Brasil, às vezes até por falta de conhecimento.

“Mas é uma técnica que, se de conhecimento do obstetra e pediatra, pode ser utilizada sim, sem nenhum problema. Deveria ser mais difundida no País”, considera o obstetra que também possui pós-graduação em medicina legal e perícias médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

E essa falta de conhecimento, conforme Mantelli, é mais entre as próprias mulheres, mas também não são todos os profissionais que a conhecem ou a indicam, apesar dos resultados positivos.

Conforme um estudo publicado em 2014 no periódico Demetra: Alimentação, Nutrição & Saúde, essa técnica de amamentação é importante e deveria ser mais incentivada em locais que prestam atenção à saúde das crianças. Afinal, o leite materno ajuda a manter a saúde do bebê e previne o aparecimento de diversas doenças, além de aumentar o vínculo entre mãe e filho.

Por fim, o médico obstetra destaca um ponto que merece atenção: “É importante que nesse período de relactação não seja dada mamadeira ao bebê. A mãe, aos poucos, conforme a produção de leite vai aumentando, vai diminuindo a quantidade de leite que sai pela sonda”.

 

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