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Como manter seu leite materno saudável e seguro

Por Redação Doutíssima 11/02/2014

Baby breastfeeding

Alimentar seu bebê fora do útero não exige o mesmo grau de dedicação ou monitoramento da dieta que alimentar seu bebê dentro do útero exigia. Mas, enquanto estiver dando de mamar, você vai precisar prestar alguma atenção ao que come para garantir que tudo o que seu bebê consome seja saudável e seguro.

O que você come

Cansada de vigiar sua dieta como se fosse uma águia? Aqui vão algumas notícias que você adorará ouvir: comparada à gravidez, a amamentação tem pouquíssimas exigências sobre sua dieta. A composição básica de gordura-proteína-carboidratos do leite humano não depende diretamente do que uma mãe come. De fato, em todo o mundo, mulheres produzem leite adequado e abundante com dietas inadequadas. Isso porque, se uma mãe não consumir calorias e proteínas o suficiente para produzir o leite, seu corpo utilizará suas próprias reservas de nutrientes para assegurar a produção de leite – até que essas reservas se esgotem, claro.

Mas só porque você pode gerar leite com uma dieta inadequada não quer dizer que você deva. Naturalmente, não importa quantos nutrientes seu corpo possa ter reservado, o objetivo quando você está amamentando nunca deve ser de esgotar essas reservas – isso é arriscado demais, podendo causar vários problemas de saúde, inclusive o potencial, posteriormente, de osteoporose. Então, previna-se e coma bem.

O que você bebe

Quanto você bebe para garantir que o seu bebê tenha o bastante para beber? Na verdade, não é mais do que você tem que beber em qualquer outro momento da sua vida adulta. Mães que amamentam não precisam beber mais que os oito copos diários – de água, leite ou outro fluido – para garantir um bom suprimento. De fato, fluido demais pode diminuir a quantidade de leite que você produz.

Porém, a maioria dos adultos não bebe toda a água de que necessita diariamente, e mães que amamentam não são exceção. Uma maneira de assegurar que você beba o quanto precisa é manter uma garrafa ou copo de água ao lado quando amamenta (que será pelo menos oito vezes por dia no início); quando seu bebê beber, você também bebe. Se você não estiver bebendo o suficiente, seu suprimento de leite não indicará nada (ele não vai diminuir a menos que você esteja seriamente desidratada), mas sua urina, sim; ela se tornará mais escura e menos frequente. Como regra geral, esperar até estar com sede para beber significa que você levou tempo demais sem fluidos. (Você pode sentir mais sede do que de costume após o parto, por causa da perda de fluidos e da ingestão inadequada de fluidos durante o parto; repor esses fluidos é importante para sua saúde.)

Que medicamentos você toma

A maioria dos medicamentos – com ou sem receita – não tem um efeito na quantidade de leite que uma mãe que amamenta gera ou no bem-estar do seu bebê. Embora seja verdade que o que entra no seu corpo normalmente chega até seu leite, a quantidade que, no fim das contas, chega à refeição do seu bebê geralmente é uma pequena fração do que você ingere. Muitos medicamentos parecem não ter efeito sobre um bebê em fase de amamentação. Outros têm um efeito suave e transitório e muitos poucos podem ter um efeito prejudicial sério. Mas, como não se conhece o bastante sobre os efeitos a longo prazo de medicamentos sobre o bebê em fase de amamentação, você precisará ser prudente quando se trata de tomar medicamentos sem ou com receita enquanto amamenta.

Todos os medicamentos que representem até um risco teórico ao bebê em fase de amamentação têm um aviso – no rótulo, na embalagem, ou em ambos. Quando os benefícios ultrapassam os possíveis riscos, seu médico provavelmente vai permitir o uso ocasional de certos medicamentos sem consulta (certos medicamentos para a gripe e analgésicos suaves, por exemplo) e receitar outros quando sua saúde exigir. Assim como uma gestante, uma mãe que amamenta não está se ajudando e nem ao seu bebê quando se recusa a tomar remédios receitados nessas condições. Assegure-se, claro, de que qualquer médico que te receite um medicamento saiba que você está amamentando.

Para as informações mais recentes sobre quais remédios são considerados seguros durante a amamentação e quais não são, consulte o médico ou profissional de saúde de seu bebê. As pesquisas mais recentes indicam que a maioria dos remédios (incluindo paracetamol, ibuprofeno, a maioria dos sedativos, anti-histamínicos, descongestionantes, alguns antibióticos, anti-hipertensivos, medicamentos para problemas na tireoide e até alguns antidepressivos) são compatíveis com a amamentação. Alguns, porém, incluindo medicamentos contra o câncer, lítio e ergotaminas (remédios usados para tratar enxaquecas) são claramente danosos. Outros são suspeitos. Em alguns casos, um medicamento pode ser interrompido com segurança durante a amamentação; em outros, é possível encontrar um substituto mais seguro. Quando o medicamento que não é compatível com a amamentação é necessário por um curto período de tempo, a amamentação pode ser temporariamente interrompida (com os seios sendo esvaziados e o leite sendo jogado fora). Ou a dosagem pode ser calculada para ser logo após a amamentação ou antes do período mais longo de sono do bebê. Como sempre, tome medicamentos – incluindo ervas medicinais e suplementos vitamínicos – somente com a aprovação de seu médico.

O que você deve evitar

Embora mães que amamentam tenham bem mais liberdade no que diz respeito à sua dieta e ao seu estilo de vida do que mulheres grávidas, ainda há várias substâncias que devem ser evitadas – ou, ao menos, seu consumo diminuído – enquanto você está amamentando. Muitas são aquelas que você já parou de consumir para se preparar para a gravidez ou durante ela.

  1. Nicotina. Muitas das substâncias tóxicas no tabaco entram na corrente sanguínea e, depois, no seu leite. O fumo excessivo (mais de um maço por dia) diminui a produção de leite e pode causar vômitos, diarreia, taquicardia e agitação em bebês. Embora os efeitos a longo prazo desses venenos sobre seu bebê não sejam conhecidos com certeza, pode-se especular tranquilamente que não sejam positivos. Além disso, sabe-se que o fumo passivo devido a pais fumantes pode causar vários problemas de saúde nos filhos, incluindo cólica, infecções respiratórias e um aumento no risco de Síndrome de Morte Infantil Súbita. Se você não conseguir parar de fumar, ainda é melhor amamentar seu bebê do que dar de mamar por mamadeira. Porém, tente diminuir o número de cigarros que fuma a cada dia, e não fume logo antes de amamentar.
  2. Álcool. O álcool chega ao seu leite materno, embora a quantidade que seu bebê ingere seja muito menor que a quantidade que você bebe. Embora deva estar tudo bem em beber um pouco por semana (mas não mais que uma dose por dia), você deve tentar limitar seu consumo de bebidas alcoólicas em geral enquanto amamenta.
  3. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também tem outros problemas. Em grandes doses, o álcool pode tornar o bebê sonolento, vagaroso, sem reação e incapaz de sugar bem o leite. Em doses muito altas, pode interferir com a respiração. O excesso de bebida também pode prejudicar o seu próprio desempenho, tornando-a menos capaz de cuidar e nutrir seu bebê perfeitamente, e pode torná-la mais propensa à depressão, fadiga e falhas reraciocínio. Também pode enfraquecer seu reflexo de sucção. Se você escolher beber ocasionalmente, beba logo após amamentar, e não antes, para dar algumas horas ao álcool para ser metabolizado.
  4. Cafeína. Uma ou duas xícaras de café, chá ou refrigerante com cafeína por dia não vão afetar você ou seu bebê – e, durante as semanas iniciais após o parto e sem sono, um cafezinho na esquina pode cair muito bem. Mais cafeína do que isso provavelmente não é boa ideia; muitas xícaras podem deixar um de vocês dois ou ambos agitados, irritados e sem sono. A cafeína também já foi ligada ao refluxo ácido em alguns bebês. Mantenha em mente que bebês não conseguem se livrar da cafeína tão bem quanto adultos, então ela pode se acumular nos seus organismos. Portanto, limite sua cafeína quando estiver amamentando, ou passe a usar ou complementar com bebidas sem cafeína.
  5. Ervas. Embora ervas sejam naturais, não são sempre seguras, especialmente para mães que amamentam. Podem ser tão poderosas – e tóxicas – quanto alguns remédios. Assim como os remédios, os ingredientes químicos das ervas chegam ao leite materno. Mesmo ervas como o feno grego podem ter um efeito poderoso na pressão sanguínea e nos batimentos cardíacos quando tomadas em doses altas. Em geral, pouco se conhece sobre como ervas afetam um bebê em amamentação, pois poucos estudos foram feitos. Tome cuidado e consulte seu médico antes de tomar qualquer remédio fitoterápico.