Amor de criança é simplesmente amor. A diferença é que os pequenos não sabem que existem diferentes tipos de relacionamentos e eles tentam reproduzir aquilo que têm como exemplo em casa.
É comum que as crianças tenham “namoradinhos” durante a fase dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Elas encaram de uma forma muito diferente que os adultos e, para os pequenos, é uma demonstração de afeto totalmente natural.
Entenda o amor de criança
Para o psicólogo clínico Guilherme Ebert, a maioria desses relacionamentos “amorosos” entre crianças acontece quando há a vontade de estar mais próximo do amiguinho ou amiguinha. Durante a infância, os pequenos não conseguem conceber tudo que envolve um namoro de fato.
Quando um menino diz para uma menina que quer ser namorado dela, está demonstrando afeto a partir de como ele vê os relacionamentos entre homem e mulher. “As crianças vêem como parte do cotidiano essa proximidade de conversar, conviver, ficar de mãos dadas e eventualmente trocar beijos”, explica Ebert.
Para elas, essa é a dinâmica global de relacionamento com alguém que gostam. O psicólogo é bem claro no sentido de que as crianças reproduzem o modelo de relacionamento que vivenciam no dia a dia. Se os pais, tios, avós ou cuidadores têm uma relação saudável, as crianças vão lidar socialmente com os outros da mesma forma.
Quando o exemplo é de desrespeito e abuso, é assim que elas acham que todos os relacionamentos são. Por isso, é importante entender que tipo de modelo ela traz da sua convivência em casa.
Como pais devem lidar
O especialista enfatiza de que a supervalorização desse comportamento pode acarretar em um problema maior. Para ele, lidar com a situação é uma questão de demonstrar valores. Dizer que namorar não é uma atitude correta para a faixa etária não faz sentido para a criança, já que elas não sabem muito bem associar o avançar da idade com maturidade.
É preciso lembrar que na maioria dos casos o amor de infância é uma simples manifestação de carinho. A partir daí, pais e professores devem instruir sobre a amizade e explicar que existem amigos mais e menos próximos.
O psicólogo ressalta que apenas quando o comportamento for abusivo ou opressivo deve ganhar mais atenção dos pais e cuidadores. Mesmo nesse caso, a criança não deve ser reprimida.
É preciso explicar que um namoro é muito mais do que aquilo que eles enxergam e falar sobre todos os benefícios de uma amizade, até que as próprias crianças desenvolvam uma noção de que esse tipo de relacionamento é mais interessante.
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