O câncer de mama, quando descoberto de forma precoce, alcança 95% de chances de cura. Mas, de acordo com estimativas globais, 30% dos casos dessa doença devem evoluir para o câncer de mama metastático, que é considerado o último estágio da doença.
Nessa fase surgem tumores em outras regiões do corpo e as partes afetadas com maior frequência são ossos, pulmões e cérebro. Segundo uma pesquisa realizada com mais de 5 mil latinas pela Harris Poll, 64% das brasileiras afirmam já ter ouvido falar do câncer de mama metastático.
No entanto, o levantamento encomendado pelo laboratório Pfizer aponta que as mulheres estão mal-informadas, pois 40% acreditam que a migração de células cancerígenas para outros órgãos é uma situação rara.
Como diagnosticar o câncer de mama metastático
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomenda que a mamografia, exame-padrão usado para diagnosticar o câncer de mama, seja feito a cada dois anos entre mulheres de 50 a 69 anos. Mas organizações como a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e a Sociedade Brasileira de Mastologia orientam que o exame seja anual a partir dos 40 anos.
Por mais que seja recomendado que os exames preventivos se iniciem a partir dos 50 anos, o diagnóstico tardio do câncer de mama já foi detectado em mulheres com 39 anos de idade, afirma o levantamento realizado pela A. C. Camargo Cancer Center.
O autoexame também faz parte dos procedimentos para diagnosticar a doença e deve ser feito anualmente pelo ginecologista ou mastologista. Ainda de acordo com o Inca, para o Brasil, só no ano de 2015, são estimados 57.120 novos casos de câncer de mama.
Algumas mulheres são detectadas com câncer de mama metastático ainda no primeiro diagnóstico da doença, mas é mais comum que o estágio de metástase seja identificado após seis meses ou anos depois de a paciente ter terminado o tratamento de câncer inicial.
Segundo informações do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (Imma), os riscos do câncer de mama inicial retornar e gerar metástase depende da biologia do tumor.
Novo tratamento para a doença
De acordo com a médica Maira Caleffi, quando a doença se torna um câncer de mama metastático, o tratamento passa a ser o controle da doença. O intuito é oferecer o máximo de tempo e qualidade de vida à paciente.
Pesquisas em desenvolvimento mostram que talvez haja outras possibilidades de tratamento. Um estudo chamado Cleopatra, apresentado pela professora Sandra Swain do Medstar Washington Hospital Center, em setembro de 2015, analisou o impacto terapêutico entre um grupo que recebeu dois anticorpos monoclonais mais quimioterapia e outro que recebeu o tratamento padrão.
No primeiro grupo, foi constatado um aumento da sobrevida global de mais de um ano (15,7 meses) e sobrevida livre de progressão da doença de mais de seis meses, com baixos níveis de toxicidade, em comparação ao segundo grupo.
O oncologista clínico e diretor do Centro Paulista de Oncologia (CPO), Sergio Daniel Simon, analisa que esses resultados apontam para uma quebra de paradigma na conduta terapêutica e devem mudar a prática clínica, devido ao alto grau de impacto na sobrevida dos pacientes observados.
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