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Dados mostram que 80% das crianças com câncer sobrevivem

Por Claudia Mercier 04/06/2015

O anúncio de uma criança com câncer é sempre vivida como um drama. O aumento da taxa de cura entre os pacientes jovens, ilustrado por dados americanos apresentados, no último domingo, na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago (Asco), é encorajador.

 

Hoje, 80% das crianças menores de 15 anos com câncer conseguem a cura. “Há 50 anos, apenas uma em cada cinco crianças sobrevivia à doença“, segundo o médico Gregory Armstrong, autor do estudo realizado com 34 mil pacientes. Atualmente, as proporções são invertidos. Outro indicador positivo, a mortalidade cinco anos após o diagnóstico caiu pela metade, de 12,4% para 6%.

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80% das crianças com câncer conseguem a cura da doença. Foto: Shutterstock.

Enquanto podemos nos alegrar com esses números, a sobrevida em cinco anos (tempo definido para o diagnóstico de cura do câncer) não é o único parâmetro a ser considerado para avaliar o progresso. Como recorda o dr. Armstrong, convidado para apresentar sua pesquisa na reunião mais importante da conferência da Asco, a expectativa de vida em boa saúde é outro elemento essencial, no que tem sido feito progresso, mas que, no entanto, merece atenção. E, especialmente, com o aumento de “sobreviventes”.

 

Tratamentos e efeitos colaterais

Mais uma vez, o progresso que tem sido feito nas últimas décadas precisa ser reconhecido. Mas o tratamento dado às crianças para salvá-las é tóxico para o tumor, mas também para todo o organismo. A medicação, paradoxalmente, é a principal responsável por doenças que surgem na fase adulta.

 

A mortalidade causada indiretamente por tratamentos de câncer nos 15 anos seguintes ao diagnóstico, diminuiu significativamente de 3,1% para 1,9% entre o início de 1970 e início de 1990. Porém, o desenvolvimento de outro tumor e o surgimento de doenças cardíacas são as causas mais comuns dessas mortes precoces. A mesma tendência é observada para baixo para a mortalidade por doenças provocadas pelo próprio câncer. 

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Especilistas defendem a diminuição do efeitos colaterias dos tratamentos contra o câncer. Foto: Shutterstock.

As investigações clínicas têm demonstrado, por exemplo, a inutilidade da radioterapia no caso de alguns linfomas e para a maioria das crianças com tumor no rim. Especialistas defendem que é preciso investimentos para melhorar a identificação, por meios genéticos ou biológicos, de crianças vulneráveis aos efeitos tóxicos do tratamento, de modo a ajustar a prescrição específica da dosagem.

 

Dados sobre crianças com câncer no Brasil

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, no Brasil cerca de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.

 

Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

 

Segundo dados do Inca, assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, em  todas as regiões do país.

 

 

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