Psicologia

Você é hipocondríaco? Aprenda a lidar com esse transtorno

Por Redação Fortíssima 19/12/2015

Você tem um medo excessivo de ficar doente? Fica muito preocupado e quer se medicar quando sente algo diferente em seu corpo? Fique atento, pois essas são as principais características de um hipocondríaco.

Para quem apresenta tal transtorno, até mesmo os exames médicos são motivo para desconfiança. Seu médico diz que está tudo certo com sua saúde, mas você sempre encontra razões para duvidar e se vê doente.

Saiba mais sobre a hipocondria e como lidar com o distúrbio.

Hipocondríaco consegue reconhecer que pode estar exagerando na sua preocupação. Foto: iStock, Getty Images

Hipocondríaco consegue reconhecer que pode estar exagerando na sua preocupação. Foto: iStock, Getty Images

Como identificar o hipocondríaco

Segundo Cristiane Holzschuh, psicóloga especialista em saúde pública e colaboradora do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul, apesar da pessoa acreditar ter algo que não tem, não é algo que envolva delírio ou alucinações.

“A pessoa consegue reconhecer que pode estar exagerando na sua preocupação e considera a possibilidade de não haver nenhuma doença, no entanto, o medo persiste”, explica.

A profissional afirma que, para haver o diagnóstico de hipocondria, é necessário que a pessoa apresente os seguintes sintomas por no mínimo seis meses: preocupações com funções corporais, como batimentos cardíacos, sudorese ou movimentos peristálticos do intestino.

Além disso, podem apresentar ansiedade exagerada com uma tosse ou pequenas irritações ou relatos de sensações mais vagas como ”coração cansado”. Em alguns casos pode haver preocupação com um órgão específico do corpo ou com uma doença específica. 

De acordo com Cristiane, não existe uma causa específica para o surgimento do transtorno. No entanto, afirma que os sintomas começam a aparecer após algum evento estressor na vida da pessoa como morte de algum familiar, por exemplo, em muitos casos.

“Até mesmo doenças graves na infância ou a experiência de doença de algum membro da família também têm relação com o desenvolvimento da hipocondria”, pontua.

A profissional destaca ainda que é comum o hipocondríaco alarmar-se ao ver informações sobre doenças e passar a sentir sintomas semelhantes.

“Pode-se perguntar, também, que dor é essa inalcançável e inacessível que não acusa nos exames e que é difícil de explicar de onde ela vem? A psicossomática indica que o hipocondríaco vivencia alguma falta e que o medo e a dor sentida existem, mas não são de ordem orgânica”, esclarece.

Riscos e tratamento

Para Cristiane, o hipocondríaco corre o risco de submeter-se a excessivos exames e procedimentos, muitas vezes invasivos, em busca de uma explicação para sua preocupação ou para descartar a possibilidade de alguma doença. Além disso, está exposto à auto e hipermedicalização, para evitar ou aliviar os sintomas orgânicos que interpreta erroneamente.

“Há também o risco de prejuízo na vida social, como o afastamento de pessoas por observarem seus sintomas ou não suportarem a preocupação exacerbada, já que a preocupação com a doença torna-se uma característica central da autoimagem e aparece frequentemente no discurso dele”, alerta.

De acordo com a psicóloga, as preocupações com o corpo e o medo pode aumentar a ansiedade e dificultar ou impossibilitar as atividades laborais, surgindo a necessidade de afastamento do trabalho”, ressalta.

A profissional garante que é possível tratar a hipocondria, mesmo que os pacientes ainda resistam em buscar serviços e profissionais de saúde mental. “Se ele aceitar um acompanhamento psicoterápico, pode-se obter bons resultados, por vezes chegando à recuperação completa”, assegura.

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