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Maracatu é tradição no desfile de carnaval de Fortaleza

Por Redação Fortíssima 06/02/2016

Fortaleza, terra do Maracatu, é um dos principais destinos escolhidos pelos brasileiros para passar o Carnaval. Em 2015, a capital cearense, junto com João Pessoa e Chapada da Diamantina, representaram cerca de 60% dos pacotes vendidos durante a festa popular, segundo a Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav).

Se você também optar por passar os dias de folia por lá, com certeza vai cair no ritmo cadenciado, marcado pelo batuque dos bumbos e o tilintar dos chocalhos, que prenunciam a chegada da manifestação cultural na avenida.

Pessoas dançando o ritmo do maracatu

Maracatu conquista foliões de diversas regiões do país. Foto: Reprodução, Instagram

Seus cantos, as cores fortes da fantasia e os rotos pintados de preto fazem referência aos escravos e encantam quem acompanha o cortejo a desfilar. Segundo registros históricos, a cultura do Maracatu, de origem africana, chegou à Fortaleza em 1936.

Um ano depois, ela já foi inserida como bloco no carnaval de rua da capital cearense, através da fundação do Maracatu Az de OuroSua criação serviu de inspiração para a formação de várias outras agremiações. De acordo com a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), o carnaval da cidade conta com 13 Maracatus oficiais.

Personagens do Maracatu

Para se ter um Maracatu genuíno, alguns personagens e elementos não podem faltar. Além das caras pintadas de preto – principal representação – e das roupas coloridas, já mencionadas, um desfile também precisa ter porta-estandartes, lampiões, índios, negras, negra da calunga, entre outros. Ficou curioso? Conheça um pouco mais de cada um:

Baliza

Abre o cortejo do Maracatu. Leva consigo a baliza entre os dedos e dita o ritmo junto com o porta-estandarte. Normalmente, veste colete, turbante, saiote ou calção e sua fantasia tem as cores oficiais de seu bloco

Lampiões

Adereços de mão que representam a luz e o fogo no caminho do cortejo. Combinam a herança católica das procissões com o culto ao fogo, simbolizando a necessidade real dos escravos de manter, nas senzalas, a chama sempre acesa

Índios

Representam um dos componentes da formação cultural brasileira. Costumam desfilar em fila indiana e ladeando o estandarte

Negras

Referência à ancestralidade africana, berço do Maracatu. Ficam na mesma disposição dos índios, mas costumam marcar a segunda parte do desfile

Negra da Calunga

Conduz a boneca conhecida no Maracatu como Calunga, que faz referência às divindades africanas

Balaieiro

Carrega o balaio, cesto de palha onde são conduzidas frutas e legumes, configurando oferendas a entidades espirituais protetoras do maracatu. Desfila com graça e leveza, lembrando os antigos escravos

Corte

Representada pelo príncipe, a princesa, o rei e a rainha, figura principal, em honra de quem o cortejo se apresenta. No final do desfile acontece a coroação

Batuque

Marca o compasso do desfile. Os batuques mais comuns são os bumbos, os surdos, os chocalhos e os ganzás

Tocador de loa ou macumbeiro

Apresenta a toada do Maracatu. Sempre apoiado pelo coro do cordão de negras, procura estimular o público a participar do desfile.

Dia municipal do Maracatu

O Maracatu tem uma importância histórico-cultural tão marcante em Fortaleza, que o dia 25 de março homenageia o ritmo. A data é referência a 1884, quando os escravos foram libertados no Ceará. Desde 1984, existe a Lei Municipal nº 5.827, que define o festejo.

Através da Secretaria de Cultura da cidade, é realizado todos os anos ainda o Dia 25 de março é dia de Maracatu. Nesse período, acontecem vários eventos espalhados pela capital cearense.

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