Direito ao voto, espaço no mercado de trabalho, conquista de cargos que antes só pertenciam a homens, lei contra a violência. Apesar dos direitos conquistados, as mulheres ainda precisam percorrer um longo caminho para conseguir a igualdade entre liderança feminina e masculina.
A política é um dos exemplos que ajuda a visualizar esse cenário. Mesmo com um mulher ocupando o posto de presidente, os homens ainda representam imensa maioria no quadro de políticos do país.
Pesquisas mostram que, além de julgarem que mulheres são menos aptas para cargos de liderança, elas ainda recebem salários mais baixos, mesmo com níveis de formação e cargos similares.
Desigualdade entre liderança feminina e masculina
Atualmente, mulheres de todo o mundo ainda sofrem com o estereótipo de sexo frágil, sendo consideradas menos aptas para cargos de liderança. Ainda em 1973, a pesquisadora Virginia Schein revelou que, quando as pessoas pensam em alguém para ser gerente, elas pensam em homens.
Recentemente, outra pesquisa desenvolvida pela Universidade da Polícia Alemã buscou comprovar essa teoria, analisando se as pessoas realmente consideravam as mulheres muito emotivas para serem boas líderes.
O estudo entrevistou 1.098 mulheres e homens no mercado de trabalho, que receberam uma lista com 17 emoções usadas no passado para estudar gerentes de ambos os sexos e o estereótipo de gênero de emoções como alegria, surpresa, inveja, medo e simpatia.
Os pesquisadores descobriram efeitos claros de estereótipos de gênero. Tanto homens quanto mulheres tendem a acreditar que elas não possuem qualidades emocionais consideradas essenciais para uma boa liderança.
A liderança feminina foi composta por características como medo, culpa, vergonha e tristeza, emoções associadas com a má liderança, segundo o estudo. Com isso, os dados apresentaram que os homens são considerados bons gerentes, mas as mulheres têm de provar que são boas gerentes.
Diferença também nos salários
Além disso, mesmo quando ocupam o mesmo cargo, existe desigualdade de salários entre homens e mulheres. É o que mostram os dados do Estudo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que promoveu a análise de informações domiciliares provenientes de 18 países latino-americanos.
A pesquisa comparou os salários de indivíduos com as mesmas características demográficas e de emprego, constatando que os homens ganham 10% a mais que as mulheres. Já quando a comparação envolve homens e mulheres com a mesma idade e nível de instrução, essa diferença sobe para 17%.
De acordo com o estudo, os homens ganham mais que as mulheres em todas as faixas de idade, níveis de instrução, tipo de emprego ou de empresa. O Brasil apresenta uma das maiores disparidades, em que eles ganham aproximadamente 30% do que elas.
Os questionamentos sobre a desigualdade de gênero, não só no âmbito profissional mas de uma forma geral, têm se tornado cada vez mais frequentes. Exemplos de liderança feminina do mundo todo buscam mudar essa realidade.
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