A pressão alta na gravidez, conhecida como pré-eclâmpsia, é um problema de saúde que costuma assustar as gestantes. Trata-se de uma condição exclusiva da gestação, que apresenta risco para a saúde e, em casos extremos, até para a vida da mãe e da criança. Por isso, é importante ter atenção aos sintomas.
O ginecologista e obstetra Domingos Mantelli explica que o problema surge, geralmente, por volta da 20ª semana e tem como característica a pressão arterial elevada, que costuma vir acompanhada de edemas (retenção de líquidos), proteinúria (presença de proteína na urina) e dor de cabeça. A causa exata da doença ainda é desconhecida.
Diagnóstico e tratamento da pré-eclâmpsia
Embora não tenha fatores de desencadeamento muito bem esclarecidos, a pré-eclâmpsia pode ter relação com algumas enfermidades. Entre elas estão as autoimunes, como diabetes tipo 1, lúpus e esclerose múltipla. Mas não são apenas elas que podem ocasionar o problema.
“Há ainda uma série de implicações como: primeira gravidez, gestações múltiplas, obesidade, idade superior a 35 anos e histórico de hipertensão arterial e diabetes”, informa Mantelli. Por isso, manter hábitos de vida saudáveis pode ajudar, futuramente, a evitar esse risco durante a gestação.
Mas, conforme reitera o ginecologista e obstetra, a pré-eclâmpsia é uma doença grave, porém passível de controle quando descoberta precocemente. Por isso, é importante realizar os exames pré-natais de urina e medir a pressão arterial com frequência. Assim, se a disfunção se manifestar, ela poderá ser rapidamente detectada.
É fundamental também ficar atenta a qualquer sinal de pré-eclâmpsia. “Caso a gestante perceba sinais de inchaço excessivo e dor na nuca, um dos sintomas da pressão alta, deve comunicar imediatamente o seu médico”, alerta o especialista. Neste caso, não há um tratamento específico, mas algumas medidas devem ser adotadas.
O obstetra deverá fazer um monitoramento constante da gestante, além de indicar repouso, dieta com baixo consumo de sal e medicamentos que auxiliam no controle da pressão, ressalta. Se não tratado, o problema pode se agravar – evoluindo para a eclâmpsia – e gerar complicações sérias.
Na eclâmpsia, já começam a ocorrer alterações neurológicas e convulsões que podem levar a gestante ao coma. Por isso, os desconfortos que podem ser indícios de pressão alta jamais devem ser ignorados na gestação.
Riscos para o bebê
Além de oferecer riscos à mãe, a condição de pré-eclâmpsia também configura uma ameaça ao bebê. “Com o aumento da pressão, a artéria placentária da gestante se fecha e forma a vasoconstrição, diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos”, explica o obstetra. Esse processo pode trazer consequências.
A vasoconstrição, por sua vez, aumenta a resistência para que o sangue chegue ao feto. Ou seja, ele recebe também menos oxigênio e nutrientes. É por isso que o pré-natal se torna tão indispensável. Mantenha sempre o acompanhamento médico em dia durante a gestação.
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