Psicologia

O que é e como tratar a Síndrome de Cotard

Por Redação Doutíssima 04/01/2015

Você sabia que pode existir zumbis? Mas não exatamente como os retratados em filmes e séries, onde eles comem os cérebros das pessoas. A síndrome de Cotard é uma condição rara que provoca delírios psicóticos nos pacientes, que acreditam serem mortos-vivos e com os órgãos apodrecendo.

síndrome de cotard

Condição rara faz com que pessoas acreditem serem zumbis. Foto: iStock, Getty Images

Cheiro de carne podre

 

Em certos casos, eles não reconhecem familiares ou amigos e tão pouco sabem quem eles próprios são. Os delírios provocados pela síndrome de Cotard são tão fortes, que o paciente sente cheiro de carne podre e tem a certeza de que são seus órgãos que estão apodrecendo. Afinal, eles “estão mortos”.

 

Como param de comer e não saem ao sol, ficam cada vez mais brancos, por isso, acreditam que não têm mais sangue. Alguns morrem de inanição.

 

A síndrome de Cotard, também conhecida como Síndrome Cadáver Ambulante ou Delírio de Negação, provoca alterações nas áreas de atuação do cérebro. Sua origem, até onde a ciência já conseguiu descobrir, também está associada a alterações em áreas do cérebro que controlam a personalidade.

 

Pessoas que têm diagnósticos de esquizofrenia, atrofia cerebral, depressão crônica, transtorno bipolar ou enxaqueca, da mesma forma podem ser acometidos pela doença.  

 

Tratamento para a síndrome de Cotard

 

O tratamento para síndrome de Cotard vai depender do grau de intensidade dos sintomas e deve ser individualizado. O psiquiatra é o médico adequado para indicar o melhor caminho a seguir.

 

O desafio é fazer com que o cérebro volte a trabalhar normalmente – os médicos já conseguiram ver que uma pessoa com a síndrome tem pouquíssima atividade cerebral, tal como de alguém em estado vegetativo.

 

Terapia cognitivo-comportamental e uso de medicamentos antidepressivos é a combinação dirigida aos casos mais brandos de síndrome de Cotard, no qual o paciente sofre de ansiedade extrema e depressão.

 

Em situações em que as pessoas acreditam estarem mortas pode ser usado medicamentos, terapia e ainda aliar ao uso de eletrochoque para estimular áreas do cérebro que estão paralisadas.

 

A técnica, que era muito comum nos séculos passados para tratar transtornos psiquiátricos, quando usada nos dias de hoje, é muito criticada.  

 

Casos já registrados

 

 

A síndrome de Cotard foi descoberta em 1880 pelo neurologista francês Jules Cotard. O médico descreveu o transtorno de uma mulher de 43 anos que sofria de melancolia ansiosa grave.

 

Identificada como Mademoiselle X, ela também tinha delírios de que seus órgãos não existiam mais, que estava morta e apodrecendo.

 

Recentemente, na cidade de Exeter, no Reino Unido, o ex-encanador Graham Harrison acordou de uma tentativa de suicídio com a certeza que estava morto e com os órgãos em necrose. Como ele tentou se matar eletrocutado, Harrison também estava certo de que não tinha mais cérebro.

 

O homem de 57 anos passou a vagar por cemitérios e afirmava não ter olfato nem paladar. Como se sentia morto, não comia. Diagnosticado com síndrome de Cotard ele faz tratamento psiquiátrico intenso com psicoterapia, medicamentos e apoio familiar. Hoje, ele está curado.

 

Sintomas da Síndrome de Cotard

 

Como visto, a doença pode ser curada, mas o tratamento é intenso e exige dedicação. Em primeiro lugar, é preciso estar atento aos sintomas. É o começo para o diagnóstico e o caminho para a cura. Abaixo, confira os principais sintomas da síndrome e esteja atento:

– Os pacientes acreditam estarem mortos

– Insensibilidade à dor

– Ansiedade extrema;

– Negativismo

– Delírios e alucinações

– Certeza de que os órgãos estão apodrecendo

– Sensação de imortalidade

– Forte sentimento de culpa

– Forte tendência suicida 

 

 

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