Clínica Geral

Memória no cérebro é gerada em 300 milésimos de segundo, diz estudo

Por Redação Doutíssima 26/02/2014

Pesquisadores descobriram que os neurônios de uma região específica do cérebro desempenham um papel fundamental sobre como a memória no cérebro se forma quanto aos eventos do dia. Essa descoberta pode resultar em uma melhor compreensão da perda de memória, bem como em novos métodos para lutar contra a doença de Alzheimer e outros problemas neurológicos.

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Geralmente o cérebro e a memória têm uma clara tendência à negatividade. Foto: iStock, Getty Images

Como as novas memórias são formadas

Muitos aspectos da vida humana são descobertos através de esforços científicos, mas um deles ainda é envolto em bastante mistério: como funciona a memória do cérebro? A forma como criamos episódios inesquecíveis em nossa mente e como nos lembramos deles em determinados locais ou com certas pessoas sempre intrigou cientistas.

Em um estudo publicado na revista Neuron, pesquisadores da Universidade de Leicester e da UCLA sugerem novas perspectivas para responder essa questão. Eles descobriram um padrão de neurônios ao qual chamaram de “neurônio Jennifer Aniston”: eles são acionados por uma única imagem, formando um conceito que acaba por se tornar uma memória.

Essa descoberta surgiu a partir do momento em que os cientistas identificaram um padrão de neurônios que responde a uma pessoa e um local específico. De acordo com os pesquisadores, são necessários apenas 300 milésimos de segundo para que o cérebro humano gere uma lembrança.

A pesquisa envolveu 14 pessoas com epilepsia grave. Foram mostradas a elas cerca de 100 fotos de celebridades como Halle Barry e Julia Roberts e de locais como a Torre Eiffel e a Casa Branca. Os cientistas observaram que neurônios individuais disparavam a cada pessoa específica, mas não a um lugar.

Então foram mostradas imagens compostas – ou seja, de celebridades e locais juntas. Esse teste mostrou que o neurônio individual que anteriormente respondeu à imagem de uma pessoa imediatamente começou a responder à imagem do local também. Restou revelado, assim, um dos aspectos mais fundamentais da cognição humana e da memória: a formação de associações.

Essas conclusões podem ser importantes para ajudar pessoas com doenças neurológicas como Alzheimer. Para compreender e tratar tais enfermidades, é sempre bom entender o processo normal do cérebro de formação e codificação de novas memórias para, em seguida, entender como a patologia é capaz de afetá-lo.

Fatos sobre a memória no cérebro

Estudos sobre a memória humana são bastante antigos – remontam à época de Aristóteles, que fez as primeiras tentativas para entendê-la. Ele comparou a mente humana com uma lousa em branco, teorizando que todos seres humanos nascem livres de qualquer conhecimento e são apenas a soma de suas experiências.

Geralmente o cérebro e a memória têm uma clara tendência à negatividade. Ele costuma dar mais atenção e destaque a experiências negativas – detectando esse tipo de informação mais rapidamente do que a positiva. O hipocampo é responsável por colocar esses eventos na memória.

Além disso, estudos dizem que é possível melhorar a memória. E quem gosta de tomar café é um dos principais beneficiados. Uma pesquisa publicada pela revista Nature Neuroscience mostra que a cafeína é capaz de aumentar determinadas memórias por pelo menos 24 horas depois que é consumida.

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