Saúde Mental

Irritação e mau-humor são características da distimia

Por Redação Doutíssima 27/06/2015

É provável que você conheça alguém – familiar, amigo ou colega de trabalho – que seja mal-humorado constantemente. E de tanto as pessoas se acostumarem, acaba até sendo engraçado. No entanto, isso pode ser um problema sério chamado de distimia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) atinge 3% da população mundial.

 

A distimia ou Transtorno Depressivo Persistente (TDP) é uma condição que se caracteriza pelo humor depressivo em grande parte do dia, frequentemente, por pelo menos dois anos em indivíduos adultos ou um ano em crianças e em adolescentes.

distimia

Pessoas constantemente mal-humoradas podem sofrer de transtorno depressivo. Foto: iStock, Getty Images

 

Distimia pode ser confundida com personalidade

Como os sintomas acabam sendo muito presentes na vida dos indivíduos com esse transtorno, devido ao tempo que ele os acompanha, muitos acabam achando que esse é seu jeito e que a pessoa sempre foi assim: mais “para baixo”, com humor na “fossa”, desgostosa com a vida.

De acordo com a psicóloga Anelise Coutinho Tavares, a distimia é causada por vários fatores, assim como tantos outros transtornos. “Não existe uma causa específica, mas sim uma combinação de diversos fatores que inclui estressores ambientais, temperamento, predisposição genética, entre outros”, explica.

Segundo Anelise, não há evidências de que o transtorno atinja mais homens ou mais mulheres. No entanto, diversos estudos já demonstraram uma prevalência maior de depressão nas mulheres. “O transtorno, com frequência, tem início precoce, ou seja, na infância, adolescência ou no início da vida adulta e seu curso é crônico”, afirma.

A manifestação do TDP, frequentemente, inicia cedo – antes dos 21 anos -, mas também pode ter início tardio, após os 21, e o curso do transtorno é crônico, ou seja, acompanha o indivíduo por bastante tempo.

A psicóloga afirma que existem diversos critérios para diagnosticar a distimia, mas somente um profissional de saúde é capaz de fazê-lo. O importante é saber que o principal sintoma do transtorno é o humor depressivo na maior parte do dia.

Tratamento da distimia

Anelise diz que evidências científicas apontam que o tratamento combinado entre o uso de remédios e psicoterapia, principalmente a Terapia Cognitivo-Comportamental, é a maneira mais indicada para tratar transtornos depressivos como a distimia. Além disso, familiares e amigos podem ter certa influência na melhora do quadro.  

“Assim como no tratamento de todos os transtornos, a colaboração e apoio da família ao indivíduo é fundamental. Pela característica mais depressiva do humor do paciente, é importante a compreensão da família com o tratamento, entendendo que é um transtorno e que pode ser trabalhado para melhorar o bem-estar geral da pessoa”, diz.

Ela destaca a importância de procurar a orientação de um profissional capacitado que possa ajudar não somente os distímicos, mas levar seus familiares a compreenderem o que é o transtorno e que ele pode ser tratado.

Caso o quadro seja tratado, é possível que os sintomas desapareçam. Assim, a qualidade de vida do indivíduo melhora, bem como a de seus familiares e amigos.

 

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