Ao ouvir a palavra biópsia, a maioria das pessoas a associa imediatamente ao câncer, como se a sentença fosse de uma doença maligna. Nem sempre é assim, por isso, se o seu médico fez essa solicitação para investigar alguma situação ligada à sua saúde, não se assuste. Trata-se de uma grande ferramenta que colabora com o diagnóstico e evita riscos desnecessários.
Entenda como e quando esse procedimento é necessário e o que a tecnologia vem oferecendo nessa área.
Biópsia é uma investigação clássica
A biópsia é a retirada de um fragmento, amostra total ou parcial do tecido, células ou líquido para análise. O objetivo varia muito. “É uma indicação clássica para investigação”, explica o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Gustavo Fernandes.
A observação microscópica mostra se o tecido ou células são normais ou se fazem parte de um tumor, permite determinar a natureza do tumor, isto é, se tem características ou não de malignidade, bem como identificar o tipo de tumor em causa e avaliar sinais de possível disseminação para outras partes do corpo.
“Além disso, podem ajudar a identificar outras patologias, como infecções e desordens autoimunes”, reforça a oncologista Sheila Calleari Marquetto.
Esse procedimento é relativamente simples e seu tipo vai depender muito do local ou órgão a ser analisado. Atualmente, é realizado por laparoscopia (palavra que vem do grego laparos e significa abdome).
Com a evolução tecnológica, a Medicina chegou à videolaparoscopia, método através do qual é possível acessar praticamente todos os órgãos do corpo humano. A videolaparoscopia só não é aplicada quando se trata de biópsia realizada em outras áreas como o sistema nervoso central e membros, por exemplo.
Fernandes ressalta que as técnicas minimamente invasivas, como a videoalaparoscopia, além de mais seguras, podem ser ainda menos dispendiosas. “Descarta-se todo o preparo e procedimentos hospitalares que exigem internação e mobilização de uma equipe bem maior”, explica o presidente eleito da SBOC.
Tipos de biópsia
Existem diversos tipos de biópsia, cuja utilização é feita em função do tecido ou órgão que se pretende estudar:
1. Punção aspirativa
Consiste em introduzir uma agulha muito fina em um nódulo para retirada de material para análise. Geralmente é indicada para pesquisa em nódulos de tireoide, mama e linfonodos aumentados.
2. Excisional e incisional
A remoção do tecido pode ser feita através da retirada total do tumor, sendo chamada de excisional. Se apenas uma parte do tumor for removida, é chamado de técnica incisional.
3. Externa
Feita na pele ou nas mucosas, sob anestesia local.
4. Endoscópica
Realizada por meio de um endoscópio de fibra óptica (em tubo fino com um telescópio de foco em sua ponta) inserido através de um orifício natural (como o reto) ou uma pequena incisão (por exemplo, artroscopia).
5. Medula óssea
É a coleta de uma amostra da medula do osso, geralmente da bacia. Indicada para situações em que se pesquisam doenças do sangue – tanto benignas quanto malignas – ou quando há suspeitas de que a medula óssea esteja invadida por um tumor.
6. Biópsia de linfonodo sentinela
Indicada para detectar metástases em quadros de câncer de mama e de pele. É baseada na ideia de que os tumores se espalham (metástases linfáticas) de forma ordenada a partir do tumor primário para os linfonodos sentinelas, e então para outros linfonodos mais distantes.
A informação ajuda o médico a determinar o estágio da doença e traçar o melhor plano de tratamento.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!