A companhia aérea Turkish Airlines reverteu sua decisão de proibir as aeromoças de usar batom de cores vivas após a repercussão que este anúncio despertou no início do mês. “As funcionárias podem usar a cor que quiserem. Esta medida não foi aprovado pela diretoria da empresa”, disse o CEO à vários jornais.
A empresa tinha justificado esta decisão dizendo que batom de cores muito chamativas nos lábios e nas unhas “violam a integridade visual” da tripulação. “Uma maquiagem simples, limpa e em tons pasteis é melhor” dizia um comunicado.
Evidentemente, muitas vozes se elevaram contra esta regra sexista, dando início a uma verdadeira polêmica sobre a questão da liberdade feminina e da influência do islamismo dentro da companhia aérea. No mundo todo, algumas mulheres postaram fotos de seus lábios com batom vermelho no Twitter como forma de protesto contra a decisão da Turkish Airlines. A imprensa liberal logo acusou a empresa de estar sob a influência do regime islâmico-conservador atualmente em vigor no país. O Estado, com efeito, possui uma participação de 49% na empresa.
Essa postura não é novidade na empresa turca. Há alguns meses, o desenho de um novo uniforme para tripulação feminina também foi polêmico. Na imagem abaixo, ao observar a diferença entre o modelo de uniforme dos anos 80 e o modelo atual, fica evidente a razão dos protestos. Com saias longas e um penteado que evocava o estilo otomano, a iniciativa foi vista como um ataque contra a laicidade.