Exibido em rede nacional para milhões de pessoas, o Big Brother Brasil gera debates acalorados. A polêmica mais recente tem um nome esquisito e merece atenção. Ao ser eliminado do programa com 54% dos votos, no início de fevereiro, após ser acusado de pedofilia no confinamento, Laércio trouxe à tona uma discussão sobre efebofilia, que designa a atração sexual por adolescentes.
A polêmica começou quando o participante de 53 anos afirmou, ainda no programa, que sentia atração por “novinhas”. Ele revelou ter duas namoradas, de 17 e 19 anos. Os espectadores, então, decidiram revistar as redes sociais de Laércio para ver o que encontravam.
Eis que surgiu uma foto compartilhada por ele de uma menina jovem. Nos comentários, Laércio se autointitulava efebófilo. Mas qual é a distinção entre efebofilia e pedofilia?
Efebofilia e pedofilia: entenda as diferenças
Por definição, o efebófilo é quem sente atração por adolescentes, compreendidos como maiores de 13 anos de idade. Já a pedofilia diz respeito a indivíduos que se sentem atraídos, prevalente ou exclusivamente, por crianças de até 12 anos.
Em artigo publicado em 2012, Breno Rosostolato, professor de psicologia da Faculdade Santa Marcelina (SP), explica que a pedofilia deve ser entendida como uma perversão, relacionada a um comportamento e a traços de personalidade do indivíduo. A pessoa perversa busca se satisfazer sexualmente a qualquer custo e concretizar seu gozo independente de aspectos morais.
O comportamento do pedófilo, conforme explica o psicólogo, pode ter relação com seus primeiros vínculos familiares e elos afetivos construídos através das relações interpessoais. As práticas sexuais, nesse caso, seriam uma forma de substituir as angústias e conflitos da infância, quando o próprio prazer é posicionado à frente do desejo do outro.
Conforme aponta Rosostolato, a pedofilia faz parte de uma classe de mais de 500 parafilias: desejos sexuais, mas que não envolvem necessariamente o ato sexual direto. Dentre elas, estão também o sadomasoquismo, o voyeurismo, o exibicionismo e outros fetiches. A efebofilia entra nessa categoria.
O especialista esclarece que a efebofilia é apenas uma dentre várias parafilias. Há também a epiofilia, que é o interesse por infantes e crianças de até 3 anos, a hebefelia, que se refere ao desejo sexual por adolescentes púberes – com o corpo em transformação – e até a gerentofilia, uma excitação com idosos.
Efebofilia é crime?
Pedofilia e efebofilia, em si, não são crimes de acordo com a legislação brasileira. Elas não possuem nenhuma lei criminal específica. Mas, se o indivíduo tiver uma relação libidinosa com uma criança de até 14 anos, ele será enquadrado pelo crime de estupro e atentado violento ao pudor.
A pedofilia, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é classificada como uma doença. Muitos pedófilos não chegam a concretizar suas fantasias e sofrem com a condição, por isso buscam ajuda de forma espontânea. Através de terapia e medicação, especialistas afirmam que é possível redirecionar o desejo sexual.
A efebofilia, por sua vez, não é considerada uma doença. Isso porque se deduz que o adolescente já possui discernimento para consentir ou não à investida de um efebófilo. Mas, assim como no caso da pedofilia, há efebófilos que apenas fantasiam e não chegam a concretizar o ato sexual com menores de idade.
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