A partir de agora há mais duas razões para não acender um cigarro na frente de seus filhos. Foi descoberto que pequenos que são fumantes passivos podem ter maior risco de obesidade e diminuição dos níveis de capacidade cognitiva no futuro. As conclusões são de especialistas do Medical College of Georgia.
Fumo pode prejudicar crianças
Quando se pensa em danos causados pelo cigarro, logo eles são associados a doenças pulmonares. Mas a fumaça do tabaco é capaz de prejudicar o corpo de várias outras maneiras – e não apenas de quem fuma. Os fumantes passivos também podem ser prejudicados.
Isso vale especialmente para crianças, que muitas vezes têm seu desenvolvimento afetado. Pesquisadores do Medical College of Georgia descobriram que o fumo passivo não só prejudica o desenvolvimento cognitivo das crianças, mas também está associado com a obesidade.
Para isso, eles usaram exames de sangue, determinando a exposição da criança à fumaça. Foram encontradas discrepâncias significativas entre o que os pais disseram e a quantidade de fumaça realmente inalada pelos pequenos.
Os pesquisadores estudaram 200 crianças com obesidade, com idades de sete a 11 anos. Os dados mostraram que quanto maior o nível de fumo passivo a que elas estavam expostas, maior era o total de gordura corporal delas. A característica foi notada particularmente no estômago, o que reforçou a conclusão.
Do mesmo modo e proporção, elas também apresentaram piores desempenhos na função cognitiva. Os cientistas notaram que os pequenos tinham baixos níveis de atenção na escola e, por consequência, notas mais baixas.
A partir desses resultados, o Reino Unido tem feito movimentos ousados para diminuir a quantidade de crianças expostas ao fumo passivo. Desde 2015, os adultos estão proibidos de fumar em veículos quando houver crianças presentes.
Outros riscos de fumantes passivos
Respirar a fumaça do cigarro de outra pessoa pode aumentar o risco de câncer e outros problemas de saúde. O tabagismo passivo é capaz de danificar seu corpo porque o fumo contém mais de quatro mil substâncias químicas, muitas das quais são irritantes e tóxicas.
Ou seja, a exposição frequente à fumaça é capaz de aumentar o risco de câncer de pulmão mesmo sem fumar. Há elevação ainda nos riscos de doença cardíaca coronária – uma das causas de ataques cardíacos, angina (dor no peito) e insuficiência cardíaca. Também é maior é o perigo também de sofrer um acidente vascular cerebral.
Os malefícios não param por aí. Conforme um estudo publicado na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology, o tabagismo passivo eleva as chances de diabetes em 22% em comparação com pessoas não expostas à fumaça.
Para crianças, os perigos são ainda maiores. Quando os pequenos inspiram a fumaça de cigarro, podem ter maiores chances de síndrome da morte súbita do lactente e asma – inclusive ataques para quem já sofre com ela.
Vale lembrar ainda que aqueles que crescem com membros da família que fumam são até três vezes mais propensas a começar a fumar, segundo levantamentos. Além disso, para pais fumantes é particularmente difícil explicar por que os filhos não devem adotar também esse hábito.
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