No inverno, os diversos tipos de vírus influenza circulam com maior facilidade, especialmente em ambientes fechados e aglomerados. Um dos que mais causa preocupação é o H1N1. Segundo o boletim epidemiológico mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, ele está associado a 30,5% dos casos de Síndrome Respiratória Grave.
Também conhecida como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), trata-se de uma doença com sintomas semelhantes aos da gripe comum, mas ainda mais perigosa e severa. Até o dia 14 de maio de 2016, haviam sido notificadas 11.472 ocorrências.
Diferenças entre gripe e Síndrome Respiratória Grave
Tosse seca, febre alta e falta de ar são alguns sintomas característicos da gripe. Mas quando ocorrem de forma intensa e insistente, podem ser indícios da SRAG. Denise Onodera, pneumologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, adverte que é preciso redobrar o alerta quando esses sinais aparecem por mais de dez dias.
“Na gripe, o quadro clínico é mais leve e quase 100% dos casos evoluem para a cura entre três e cinco dias. Já na Síndrome Respiratória Aguda Grave, os sintomas são mais intensos e existe um desconforto respiratório, com tosse seca e falta de ar”, esclarece a médica. Por isso, diante do incômodo contínuo, é importante buscar ajuda médica.
No caso das crianças, Denise lembra que é necessário ter atenção às seguintes manifestações: batimentos das asas do nariz (alargamento e abertura das narinas durante a respiração), coloração azul-arroxeada da pele, dificuldade na expansão pulmonar, desidratação e ausência de apetite. Esses podem ser indicativos de SRAG.
A especialista alerta ainda que pessoas com imunodepressão, doenças crônicas, metabólicas e genéticas, problemas cardiovasculares, renais e neurológicos, insuficiência hepática, além de indígenas, gestantes, crianças menores de dois anos e adultos maiores de 60 anos estão no grupo de risco da doença.
Dicas de prevenção da SRAG
A transmissão da SRAG, assim como a da gripe, acontece por meio do contato com secreções e através de objetos ou superfícies contaminados. Portanto, as medidas de prevenção são as mesmas: cobrir a boca ao espirrar ou tossir, lavar as mãos, utilizar álcool gel, evitar locais fechados e o contato com pessoas doentes, reforça Denise.
A especialista lembra ainda que, diante de qualquer sintoma, é importante orientar o paciente a procurar auxílio do serviço de emergência o mais rápido possível para iniciar o tratamento. “Ele envolverá uma avaliação minuciosa, introdução de medicamentos e internação em alguns casos”, informa a especialista.
A ajuda médica é essencial porque a falta de ar e outras complicações da SRAG podem matar. Até o dia 14 de maio, vale lembrar, já haviam sido notificados 2.118 óbitos em decorrência da síndrome. Por isso, é importante tomar a vacina e ficar atento às medidas de prevenção.
E aí, já começou a prevenção contra a Síndrome Respiratória Grave? Vale ficar de olho!