A memória é uma habilidade necessária para um bom estado de saúde mental. É ela que armazena as experiências vividas e dá sentido para este passado e também ao presente e ao futuro.
“A memória nos permite reconhecer aquilo que já está assimilado e fornece condições de armazenar informações que permitem a aquisição de outras sem ter que reiniciar este processo eternamente”, explica a psicóloga Patrícia Spindler.
Assim, é a capacidade que nós, seres humanos, temos de registrar informações, como se fosse um arquivo. “E como todo processo de arquivamento, exige outro componente: a atenção”, afirma o neurologista Roberto Gallo.
A relação entre a memória e a atenção
De acordo com ele, esquecer onde colocou o dinheiro ou o que comeu no café da manhã da semana passada é normal. Mas, colocar a culpa desses esquecimentos na memória nem sempre está correto. “Muitas e muitas vezes o problema é a falta de atenção”, completa Gallo.
Uma das definições bem conhecidas de memória é a possibilidade que nós temos de aquisição, conservação e evocação de informações. O aprendizado é a aquisição dos dados e as lembranças são a evocação do que foi armazenado. Logo, o esquecimento é a falta de evocação.
Para absorver e registrar informações que possam ser lembradas é preciso estar atento. Para Gallo, as informações absorvidas com atenção são julgadas como úteis pelo cérebro e, por isso, armazenadas. “O funcionamento da memória é um mecanismo bastante complexo que utiliza cinco sentidos para captar informações e envolve diferentes estágios e habilidades”, ressalta.
Etapas importantes para a memória
Qualquer falha em uma dessas etapas pode resultar na perda da informação. São elas:
1. Atenção: é a capacidade de estar atento para absorver as informações.
2. Registro: registro inicial da informação pelo cérebro. É determinado, nessa fase, se a informação será armazenada ou não. Dependerá da atenção despendida e do quão significativa ela será.
3. Armazenamento: se a informação foi registrada, ficará armazenada na memória de longo prazo.
4. Consolidação: é o processo de utilização da informação que foi armazenada. Se um dado não for utilizado com frequência, será descartado pelo cérebro.
5. Evocação ou lembrança: significa resgatar a informação, seja voluntariamente ou quando se faz necessária em algum momento.
De acordo com o neurologista, a memória pode ser classificada de duas formas: pela duração da informação e pelo conteúdo ou função da informação.
Mas, por que ocorrem falhas com certa frequência da nossa memória? Segundo o médico, elas dependem de muitos fatores. As falhas começam, em geral, após os 60 anos. Nas pessoas mais jovens ocorrem associadas a outros problemas, como déficit de atenção ou distúrbios do sono.
“Na verdade, a atenção é uma das funções mais atingidas nos pacientes com estresse, depressão, ansiedade e fadiga. Por consequência, acaba por afetar a memória”, alerta Gallo.
Por outro lado, existem as doenças degenerativas associadas com perda neuronal progressiva e limitante, chamadas de demências, sendo a principal delas o Mal de Alzheimer, caracterizado pelo déficit gradual da funções intelectuais.
O neurologista dá algumas dicas que podem ajudar a potencializar a memória. Preste atenção no que ainda falta em sua rotina.
1. Leia
2. Tenha capacidade de dialogar e expor opiniões
3. Mantenha alimentação saudável com baixo teor de gordura
4. Não fume
5. Consuma álcool com muita moderação
6. Faça atividade física com regularidade
7. Evite situações estressantes
8. Tenha sono de qualidade
9. Organize atividades e compromissos
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadast
rar!
É fã do Doutíssima? Acompanhe o nosso conteúdo pelo Instagram!