A Diabetes Gestacional afeta em média 13% das mulheres grávidas no mundo todo e 7,6% entre as brasileiras grávidas segundo dados do Brazilian Gestational Study Group. Uma vez dado o diagnóstico, a mulher deve seguir uma série de recomendações dadas pelos médicos. Deve ser também acompanhada por uma equipe multidisciplinar durante todo o período da gestação.
Caso o diagnóstico tenha sido dado tardiamente ou a mulher não tiver a possibilidade de ter um bom acompanhamento médico, haverá um aumento no risco de morbidade e mortalidade tanto para a mãe quanto para o feto.
O que significa aumento de morbidade na Diabetes Gestacional?
Alguns problemas de saúde poderão ocorrer nestas pacientes sem controle da doença. Não vamos comentar aqui os problemas relacionados às mães com diagnóstico de diabetes antes da gestação, pois essa é uma situação diferente da que estamos discutindo.
No caso de mulheres com Diabetes Gestacional, ou seja, Diabetes diagnosticada durante a gestação, o problema mais comum é a macrossomia fetal.
Macrossomia fetal é quando o bebê nasce com mais de 4.000g. Apesar de parecer um sinal de saúde, recém-nascidos com aumento de peso podem sofrer inúmeros problemas. Primeiramente, durante o trabalho de parto pode haver maior dificuldade na retirada do mesmo predispondo a traumas obstétricos e distocia de ombro.
O ganho de peso do recém-nascido é provavelmente explicado pela oferta excessiva de glicose proveniente da mãe que desenvolveu o diabetes. Além do parto, devemos ter atenção às complicações neonatais. Esses bebês terão maiores chances de desenvolver hipoglicemia e icterícia. Ou seja, a criança macrossômica deve ser alimentada imediatamente após o parto, logo nos primeiros 30 minutos e ter medida a sua glicemia regularmente.
Essas crianças terão uma maior chance de desenvolver obesidade e diabetes na idade adulta.
E quanto aos ricos da mãe?
A mãe terá um aumento de risco de mortalidade, assim como o feto. Há um risco maior de desenvolvimento de hipertensão e pré-eclâmpsia. É muito importante manter o controle glicêmico para a saúde de ambos.
Devemos deixar claro que a Diabetes Gestacional não é indicação absoluta de cesariana. E a amamentação também não sofre interferência.
A paciente deve ficar atenta pois, apesar de ser comum a regressão da Diabetes após o parto, algumas mulheres podem permanecer com o aumento da glicose sanguínea. Sendo assim, elas devem manter os cuidados e acompanhamento para o Diabetes.
As pacientes que tiverem a Diabetes revertida com o término da gestação devem ter a consciência que há um risco maior de desenvolvimento de Diabetes Gestacional em uma próxima gestação. Outra preocupação é que essas pacientes também tem um risco de desenvolver Diabetes Mellitus maior que o da população geral no decorrer da vida.
A intenção não é assustar quem tenha tido esse diagnóstico, mas sim informar. E assim, esperamos que as futuras mães tenham bastante força de vontade na confiança que uma boa aderência ao tratamento e um acompanhamento médico cuidadoso possam tornar esses problemas menores.
