Janis Joplin, Kurt Cobain e mais recentemente, Amy Winehouse. Estes são exemplos de artistas ícones de uma geração que têm sua imagem ligada à um histórico de problemas psicológicos, drogas e uma vida curta. Uma questão que pesquisadores sempre se perguntaram ao longo de muitos anos foi analisada por pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia: Será que em pessoas criativas e com dons artísticos há uma maior incidência de doenças mentais como bipolaridade, depressão e abuso de drogas? Foi o que confirmaram os pesquisadores.
Por dentro da pesquisa
Já em 2011, a mesma equipe havia mostrado que em famílias com histórico de transtorno bipolar e esquizofrenia há uma porcentagem maior de artistas e cientistas do que na população em geral. Em 2012, os pesquisadores suecos analisaram o histórico de quase 1,2 milhão de pacientes, dessa vez, abrangendo diversos outros diagnósticos psiquiátricos, como depressão, ansiedade, abuso de álcool, uso de drogas, autismo, TDAH, anorexia nervosa e suicídio, e incluíram pessoas em atendimento ambulatorial em vez de pacientes exclusivamente hospitalares.
Assim como em 2011, os resultados se confirmaram: o transtorno bipolar novamente se mostrou mais comum entre pessoas com profissões artísticas ou científicas, como bailarinos, pesquisadores, fotógrafos e escritores, do que na população geral. Mas, tirando o transtorno bipolar, os indivíduos com profissões criativas não mostraram maior propensão a sofrer de transtornos psiquiátricos em relação aos outros.
No caso da literatura, a pesquisa descobriu que escritores têm uma associação maior com doenças como esquizofrenia, transtorno bipolar, depressão, abuso de drogas e transtornos de ansiedade. Os números também mostraram que o potencial para o suicídio é 50% maior entre a classe em comparação com as pessoas em geral.
A nova questão que ficou para os pesquisadores é a seguinte: Seriam essas doenças que levam a pessoa para as artes ou as artes que geram tais doenças nas pessoas? Em todo caso, os resultados do estudo abrem as portas para a discussão de novas técnicas da medicina no tratamento da associação entre a criatividade e as doenças mentais.