Clínica Geral

Tuberculose multirresistente desafia saúde pública mundial

Por Redação Fortíssima 27/12/2015

As bactérias que causam tuberculose podem desenvolver resistência a fármacos antimicrobianos utilizados para curá-la. Esse problema é conhecido como tuberculose multirresistente, forma que não responde sequer às drogas mais poderosas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2014 um número estimado de 480 mil pessoas em todo o mundo desenvolveu a doença.

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Tuberculose é causada por germes que são transmitidos de pessoa para pessoa através do ar. Foto: iStock, Getty Images

O que causa a tuberculose multirresistente?

A tuberculose é uma doença causada por germes que são transmitidos de pessoa para pessoa através do ar. Normalmente afeta pulmões, mas é capaz de atingir outras partes do corpo como cérebro, rins ou coluna vertebral. Ela pode ser fatal sem diagnóstico e tratamento adequado.

Além disso, esse problema muitas vezes se torna uma tuberculose multirresistente. Essa forma é diagnosticada quando o paciente não responde ao menos a dois dos melhores fármacos para tratá-la – isoniazida e rifampicina, medicamentos de primeira linha utilizados para tratar grande parte das pessoas diagnosticadas.

Dentre as razões dessa resistência está o tratamento incompleto. Caso as medicações não sejam administradas corretamente, as bactérias mais fracas até são eliminadas, mas as mais fortes sobrevivem. São essas últimas que podem crescer e constituir essa forma mais difícil de curar da doença.

Pessoas com sistema imunológico enfraquecido costumam ser mais propensas a desenvolver a tuberculose multirresistente – como aquelas que possuem HIV ou câncer, por exemplo. Há ainda outros fatores que colaboram, como contato com pessoas infectadas ou não realizar o tratamento conforme prescrição médica.

Essa resistência aos fármacos é diagnosticada através de ensaios laboratoriais específicos. Eles testam as bactérias para sensibilidade às drogas ou aos padrões de resistência. Tais técnicas são capazes de fornecer resultados dentro de poucas horas.

Sintomas e tratamento

Geralmente os sinais da doença incluem sensação de fraqueza, perda de peso, febre e sudorese noturna. Além disso, é possível o aparecimento de tosse, inclusive com sangue, e dor torácica. A manifestação de sintomas em outras partes do corpo depende da área afetada. Em caso de suspeitas é importante procurar ajuda médica o mais rápido possível.

Para prevenir a ocorrência desse problema é possível adotar algumas medidas. Em primeiro lugar, se você já tiver sido diagnosticado com tuberculose é importante seguir à risca o tratamento e os medicamentos prescritos pelo médico – em todos aspectos, principalmente dosagem e continuidade.

Consultas ao médico também são capazes de evitar a doença. Os profissionais de saúde estão preparados para diagnosticar esses casos mais perigosos através de diretrizes de tratamento recomendadas e monitoramento da resposta dos pacientes a elas.

Além disso, é importante evitar a exposição de pacientes infectados. Isso vale principalmente para lugares fechados ou lotados, como hospitais, abrigos, prisões, dentre outros.

O tratamento padrão de seis meses para tuberculose não é eficaz para pessoas com forma multirresistente da doença. Para elas restam drogas menos eficazes e mais tóxicas e caras – casos em que a cura é capaz de levar até dois anos, com taxas menores de sucesso e maiores de fatalidades. Além disso, pacientes costumam apresentar efeitos colaterais desses medicamentos.

Em países mais pobres esse é um desafio ainda maior em termos de saúde pública. É que as opções de tratamento são limitadas e caras, e os melhores medicamentos nem sempre estão disponíveis.

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