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Antisséptico bucal pode causar câncer de boca?

Por Redação Doutíssima 26/10/2013

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Achei muito importante que vocês tomem conhecimento dessa reportagem que vi na folha de São Paulo. São várias as pesquisas que vem tentando falar sobre o câncer de boca e suas variadas causas. É um assunto que ainda está muito sem respostas por mais que já tenhamos respondido um número grande de perguntas. Vamos ver o artigo que abrange de forma bem didática o que precisamos entender sobre o assunto além de ter trechos de dentistas extremamente capacitados sobre o assunto:

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“O uso de antissépticos bucais no Brasil cresceu 2.277% de 1992 a 2007, mostra um levantamento realizado pelo cirurgião-dentista Marco Antônio Manfredini, pesquisador da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo), baseado em informações da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. De 2002 a 2007, o aumento foi de 190%.

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Para Manfredini, o incentivo ao consumo indiscriminado de enxaguatórios deve ser criticado. “Observamos um grande investimento na indução ao uso do produto. E é importante dizer que, ao contrário da pasta, da escova e do fio dental, o colutório não tem indicação universal. É preciso concentrar a utilização para casos específicos.”

Além de não ser essencial à saúde oral, o uso frequente de enxaguatórios bucais com álcool aumenta os riscos de câncer de boca e da faringe.

De acordo com os pesquisadores, há evidências suficientes para aceitar a ideia de que antissépticos bucais com álcool contribuem para aumentar a taxa de câncer oral.Uma revisão científica publicada no fim de 2008 na revista da Academia Dental Australiana compilou estudos do mundo todo que encontraram essa relação.

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Grande parte dos produtos comercializados no Brasil contém álcool. Um estudo brasileiro realizado com 309 pacientes e publicado no ano passado na “Revista de Saúde Pública” também encontrou a mesma associação.

“Algumas marcas chegam a ter 26% de álcool, e há pessoas que usam todos os dias. Hoje existem produtos no mercado sem álcool, que devem ser os escolhidos”, diz o oncologista Luiz Paulo Kowalski, diretor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital A. C. Camargo e um dos autores do trabalho.

De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), fabricantes de antissépticos bucais são obrigados a informar na embalagem a presença de álcool na composição.

O álcool presente nos enxaguantes contribui para o aumento das taxas de câncer oral de forma similar às bebidas alcoólicas –e sabe-se que o álcool é o segundo fator de risco para a doença, depois do tabagismo, aumentando de cinco a nove vezes os riscos.

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“Brinco que a pessoa bebe sem usufruir da parte boa da bebida. O produto tem álcool não porque é um antisséptico, mas porque é um veículo muito eficiente, industrialmente conveniente e muito barato. Por isso as versões sem álcool tendem a ser mais caras”, explica o dentista Alberto Consolaro, professor de patologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP.

O álcool não é um agente causador de câncer isoladamente, mas uma enzima do organismo o transforma em acetaldeído, substância que pode alterar as células da boca e causar tumores na região.

“O problema é usar diariamente o produto, pois o dano constante não dá tempo de as células se repararem. O uso de enxaguatórios bucais [com álcool] precisa ser mais estudado, mas é algo parecido com o que ocorre com o cigarro: quanto mais exposição, maior o risco”, diz Kowalski.

Por isso, dentistas recomendam o uso do produto sem álcool, seja manipulado, seja de marca.

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“O produto é um bom auxiliar na limpeza da boca, mas não deve conter álcool. As pessoas acham que um enxágue que queima a boca é melhor, mas produto bom não precisa dar essa sensação. A substância antisséptica não é o álcool”, diz Consolaro.”

Acredito que isso precisa ser cada vez mais falado até termos dados completos sobre o que precisa ser proibido, o que precisa ser modificado e o que está de acordo com as normas vigentes.