Saúde Mental

A fenomenologia e a psicologia clínica

Por Rafaela Monteiro 04/11/2013

fenomenologia

Os fenômenos surgem a partir da relação sujeito e mundo, e de estranhamentos que se dão a partir dessa relação. Todavia, podemos entender que a visão fenomenológica propõe um método alternativo ao positivismo para as ciências humanas, já que ela preconiza o ato, busca captar o vivido nas suas ações.

 

A fenomenologia

A fenomenologia é o estudo das essências e busca compreender o homem e o mundo através de sua facticidade. Suspendendo afirmações da atitude natural para compreender e ver o mundo que está sempre ali, pré-reflexivamente.

Ela se preocupa para o “como” as coisas acontecem, e tem como objetivo descrever a experiência tal como ela é, sem a busca de causalidades, procurando entender o sentido da experiência para o sujeito e isso se dá na relação.

A terapia fenomenológica possibilita a criação de significações, re significando o que já foi estabelecido. Isso se mostra no ato de não dar significados prévios para a experiência, onde a psicoterapia é atravessada pela falta de significados, pois a experiência proporciona uma falta de clareza e nos instiga a criar interpretações, no qual o confrontar-se com o desconhecido nos leva a se posicionar, tornando aquela vivencia inteligível.

 

fenomenologia

 

A visão de Husserl

Husserl fala do conceito de campo de presença pois este autor ao trabalhar com a ideia de campo de presença buscava estabelecer uma relação entre o aqui e o agora, em que o passado e as expectativas em relação ao futuro estão representados como um horizonte. O que não significa dizer que é algo fechado em si, pois é formado de co-dados, que se apresentam como horizonte, um campo de presença é um escoamento, uma transcendência do dado atual. Permitindo então que um novo dado possa surgir e um novo campo possa se formar, e a partir dessa noção que surge a ideia de que a consciência é temporal em seu nível operativo, sendo considerada um continuum de campos de presença, onde cada um arrasta consigo todos os outros em prol do futuro.

Dentro disso, o tempo é essencialmente um campo em que se abrem possibilidades, por isso, é esfera que pertence à idealidade da subjetividade. Porém, este também é a esfera de efetividade porquanto é lugar próprio de atualização das vivências; é “lugar” privilegiado em que irrompe a efetividade da vida e a idealidade da subjetividade absoluta.

 

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O tempo

Para este autor, o tempo se manifesta originariamente como a esfera em que se consuma a relação derradeira entre o nível empírico e o nível transcendental. Com isso, podemos afirmar que o caráter retencionista da parte operante da consciência vai criar uma rede, tendo ainda um horizonte de futuro, que está à frente; pois sem horizonte de futuro se adoece, se deprime e a depressão é a tentativa de solidificar o passado e abrir mão do horizonte de futuro, e a ansiedade funciona na contramão desse processo, visto que se foca mais no futuro.

Assim, podemos entender que a psicoterapia busca re-significar, sem pressupostos a priori, através de um olhar admirativo, a experiência do sujeito, proporcionando para ele uma vivencia que se configurará na medida em que futuro e passado se tornarem plano de fundo para a experiência no aqui e agora, experiência que se faz fundamental no processo terapêutico.

 

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