Gestante

Doulas: conheça o trabalho e a importância da doula

Por Redação Doutíssima 02/01/2014

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Na semana passada (dia 18 de dezembro), comemoramos o dia da doula. Como já comentei em outro post que, além de, orgulhosamente, ser mãe, com muita alegria também agora faço parte deste grupo. Mas, afinal, quem são e o que fazem as doulas?

Pouco conhecida, a palavra de origem grega “doula” significa “mulher que serve” ou “que cuida”. Mais especificamente, é uma mulher capacitada para auxiliar diretamente outra mulher em sua preparação para a chegada de um bebê, oferecendo a ela suporte físico e emocional antes, durante e após o parto.

Eu tive algumas motivações pessoais pra me envolver nessa história. E quanto mais eu estudo e vivencio, mais eu me envolvo. Eu fui capacitada em uma das unidades da Associação Nacional de Doulas (ANDO/Campinas) e tenho agora vivido algumas práticas na maternidade de um hospital municipal.

O termo pode ser novo, mas essa função já é exercida há muitos anos. Ainda que hoje doula e parteira não exerçam a mesma função, antes não havia ainda outra pessoa para receber o bebê; a mãe paria e era auxiliada pela parteira.

Atualmente, as funções se dividiram e, embora em algumas situações a doula venha a receber o recém nascido, seu papel é complementar ao dos médicos e enfermeiras obstetras e parteiras (obstetrizes).

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O trabalho da doula pode ser iniciado antes do trabalho de parto, com orientações como “o que esperar” deste momento tão especial, como será durante e após a chegada de um filho. Durante o trabalho de parto, a participação da doula é essencial para que a parturiente supere as dificuldades e traga seu bebê ao mundo da forma mais natural possível, oferecendo conforto físico e emocional.

  • Alguns exemplos:
  • Sugerir formas não farmacológicas para alívio da dor e estímulo natural do trabalho de parto, através de variação de posições, movimentos, massagens, banho de chuveiro ou banheira, bolsas de água quente, etc;
  • Ensinar técnicas de respiração e motivar a gestante a respirar calma e profundamente durante as contrações, para relaxar e também oxigenar o bebê;
  •  Contribuir, quando possível, para que o ambiente esteja favorável ao bem-estar da mulher e do acompanhante (temperatura, iluminação, sons);
  • Motivar com palavras  de incentivo a continuidade do trabalho de parto como sendo a maneira de aproximar a chegada do bebê;
  • Gestos de carinho e palavras de conforto, que passem segurança à gestante, pois ela pode estar muito fragilizada, insegura, com medo;
  • Dar apoio emocional ao pai e motivar sua inclusão no processo do nascimento de seu filho.
  • Qualquer outro apoio que conforte a mulher física e emocionalmente.

Estudos indicam que todas essas funções de uma doula contribuem para que o trabalho de parto se desenvolva mais rapidamente e mais naturalmente, contribuindo para um nascimento com menos intervenções médicas e cirúrgicas, recolocando a mãe como protagonista do seu próprio parto e possibilitando maior vínculo entre mãe e bebê.

A teoria é linda, mas como é na prática? Eu posso dizer que, até então, o que tenho visto na prática nada mais é do que a comprovação de tudo o que eu acabei de descrever. Mulheres que, num primeiro momento, estão angustiadas e inseguras, passam a relaxar, respirar e superar as dores até a chegada do seu tão esperado filho(a). O contato, as técnicas de relaxamento e respiração, a conversa, a presença e cumplicidade fazem toda a diferença. E este trabalho não existe apenas para as mulheres que tem um parto natural, mas também para aquelas que passam por uma cesariana, pois seus medos, inseguranças e necessidade de um apoio constante não são menores que nos outros casos. Posso dizer que se, quando eu engravidei, eu e meu marido tivéssemos tido a orientação de uma doula (na época eu não entendia a importância de uma pra mim) e também seu apoio enquanto esperávamos a cesárea e a recuperação, a situação provavelmente seria outra ou alguns aborrecimentos poderiam ter sido, pelo menos, amenizados.

Ainda existe preconceito e desinformação quanto a esse importante trabalho, cujo sentido visa a humanização do parto e tenta resgatar a naturalidade, o acolhimento e o vínculo familiar. Viver experiências através deste trabalho tem me tornado uma mãe melhor e uma pessoa melhor.

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Tania Camilio

32 anos, mãe da Beatriz (3 anos), publicitária, realiza também trabalhos como fotógrafa. Alguns trabalhos podem ser conferidos na sua página Facebook aqui.