O seu filho tem pavor de público? Fica nervoso ao ler na frente da turma ou ao apresentar um trabalho oralmente? Evita comparecer aos eventos extracurriculares da escola e não possui muitos amigos? Fique atento, pois tais atitudes podem ser sinais de fobia social da adolescência.
Um estudo realizado na Universidade de Uppsala, na Suécia, aponta que indivíduos com transtorno de ansiedade social apresentam níveis altos do neurotransmissor serotonina no sistema nervoso. De acordo com a pesquisa, quanto mais a substância é produzida, mais as pessoas se tornam ansiosas em ocasiões sociais.
Causas e sintomas possíveis
Para identificar uma criança ou adolescente com fobia social, basta observar alguns de seus hábitos em situações corriqueiras do dia. Como por exemplo, a recusa sem motivo em ir para a escola, a dificuldade em iniciar e continuar diálogos com pessoas da sua idade, a vontade permanente de ficar em casa ou no quarto, assim como a pouca fala.
É normal que os pais confundam tais atitudes com uma timidez momentânea, do próprio desenvolvimento do indivíduo. Entretanto, existem diferentes teorias sobre a origem do transtorno que devem ser levadas em consideração. Uma delas é a heditariedade, sendo comum o problema entre pessoas da mesma família.
Além disso, traumas e experiências negativas, como casos de bullying, rejeição, ridicularização ou humilhação tendem a ser fatores decisivos no desenvolvimento da fobia em crianças e adolescentes. Conflitos familiares e o abuso sexual também podem ser associados à origem do transtorno.
Mesmo assim, pode ser complicado identificar a base de tudo. Por isso, é importante que os pais avaliem o contexto em que ocorrem os sintomas para buscar o tratamento adequado. Em casos extremos, o adolescente ou criança não consegue ao menos sair de casa por medo de cruzar com outras pessoas.
Importância do tratamento da fobia social
Quando o diagnóstico e tratamento do transtorno são tardios, os pais correm o risco de aumentar o desenvolvimento de outras pertubações sociais no filho. Jovens que ainda apresentam sinais de ansiedade, evitamento, interferências a nível social, acadêmico e ocupacional podem estar prejudicando atividades rotineiras essenciais para a sua evolução como indivíduo.
Sem a atenção necessária, a fobia social pode interferir de forma negativa na concretização de desafios característicos da fase em que ele vive. Namorar, terminar o Ensino Médio, ingressar na universidade, construir independência, cultivar amizades e descobrir o mundo pode se tornar extremamente assustador para jovens com esse transtorno.
Ao não concluir tais etapas, o jovem pode prejudicar a formação acadêmica, a construção de uma carreira profissional e até mesmo de uma família no início da vida adulta.
O tratamento de tal transtorno deve ser constante, regado de múltiplas abordagens feitas pelos pais, visto que a doença não possui somente causas biológicas, como também psicológicas. É possível reverter ou minimizar a fobia por meio de psicoterapia, aliado ao uso de medicamentos.
Na terapia cognitiva, o paciente em questão pode aprender a reconhecer pensamentos negativos e medos que carrega consigo. O objetivo das consultas é tentar modificá-los, ao desenvolver estratégias que o auxiliem a ganhar confiança em si mesmo e nos outros ao seu redor.
Os medicamentos, no entanto, somente podem ser indicados pelo profissional de saúde responsável pelo caso.
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