A relação entre o médico e paciente é essencial para a definição do tratamento após uma cirurgia ortopédica, podendo também contribuir para a diminuição da dor pós-operatória
A cirurgia ortopédica é conhecida pela dor pós-operatória. Muitas pessoas, mesmo antes de operar, já me questionam sobre esta dor. Normalmente, já ouviram de outras pessoas que a recuperação desse tipo de intervenção cirúrgica é muito dolorida.
Isso acaba influenciando muito na decisão de se fazer ou não a cirurgia, pois normalmente o propósito é sanar a dor do paciente e não piorar. A complexidade da dor deve ser avaliada caso a caso, pois “cada um tem a sua dor”. Não é porque uma pessoa tem muita dor e outra menos que ela deve ser taxada de fraca, manhosa, etc.
Cirurgia ortopédica: procedimento igual, pessoas diferentes
Primeiramente, é importante um esforço do cirurgião em perceber qual a sensibilidade do paciente para. Conhecer a cabeça do paciente. Saber se, ao sentir dor, a pessoa já toma logo um analgésico ou se espera melhorar. Uma dor para um pode ser fraca, mas para outro é insuportável. Depende do limiar de dor e de aceitação de cada um.
Em alguns casos, o uso crônico de medicamentos como antidepressivos ou analgésicos gera uma necessidade de aumentar a dosagem para que se possa obter o mesmo efeito. A dose usual não é mais satisfatória para ele, por estar “acostumado” com o medicamento.
O tempo de duração da lesão ortopédica e a fase em que ela se encontra também são fatores muito importantes nesta avaliação. Pacientes na fase inflamatória da doença, onde sente muita dor, se submetido à cirurgia, sentirá mais dor que pessoas com a mesma lesão, mas que não esteja em crise de dor. É como “cutucar um vespeiro”.
O vínculo médico-paciente deve ser bom para que o tratamento ocorra de maneira satisfatória. O seja, o conforto de um bom atendimento, o acesso às informações necessárias, a previsão dos acontecimentos mais comuns no pós-operatório e um canal aberto para o que o paciente possa sanar dúvidas que surgem nos dias seguintes à cirurgia (como e-mail, telefone, secretária eficiente) podem fazer a diferença. Tudo isso ajuda a evitar transtornos causados por possíveis complicações e diminui a insegurança, que é muito comum neste momento de fragilidade do ser humano.
Medicamentos
Por fim, é essencial uma escolha adequada da receita médica. Existem numerosos tipos e marcas de analgésicos e anti-inflamatórios, mas a combinação adequada deve ser estudada pelo próprio cirurgião ortopédico. Ele deve classificar os procedimentos como de pequeno, médio e grande portes, medicando conforme o grau de intervenção cirúrgica e de acordo com o perfil de cada paciente.
O médico e o paciente são seres humanos, e assim devem ser tratados. Ou seja, cada um tem sua identidade, sua maneira particular de passar por cada situação. Escolha seu médico com cuidado e se sinta confortado em todos os momentos. Por outro lado, nós temos que saber usar a sabedoria de que cada caso é um caso e nunca pensar que todos os pacientes são iguais. A cirurgia podem até ser a mesma, mas as pessoas não.
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