Ex-líder do grupo The Pussycat Dolls afirmou que sofreu de bulimia em 2012, disse como passou por este problema e o que a motivou a esconder até mesmo dos familiares.
Quem acompanha pelas revistas, jornais e sites a vida das celebridades muitas vezes não faz ideia do que acontece nos bastidores da fama. Por isso é tão comum que as pessoas fiquem surpresas quando algo que sempre esteve escondido vem à tona. Foi o que aconteceu após a revelação da cantora Nicole Scherzinger de que ela sofreu de bulimia no auge de sua fama, em 2012. A entrevista na qual ela revelou ter sofrido desta doença está publicada na revista Cosmopolitan deste mês de julho.
Nicole deu alguns detalhes de como enfrentou a doença, que ela guardou em segredo até mesmo de seus familiares. “Eu nunca falei sobre isso com ninguém, pois eu não queria me fazer de vítima e eu nunca procurei minha família para falar essas coisas sobre mim, pois eles ficariam com o coração partido”, disse a cantora ao em um programa do canal VH1.
A bulimia é uma doença muito grave e é importante que, logo ao identificar os primeiro sintomas da doença, a pessoa busque ajuda seja com a família ou com um médico. Nicole Scherzinger chegou a comparar a bulimia com um vício. “Quando eu saia do palco, eu me sentia bem, mas quando eu voltava para o meu quarto e eu estaria sozinha, então eu só iria fazer estas coisas. Minha bulimia era meu vício; me machucar assim era meu vício”, concluiu a ex-líder do grupo The Pussycat Dolls.
Entenda melhor a bulimia
A bulimia é um transtorno psiquiátrico caracterizado por episódios de ingestão compulsiva e excessiva de alimentos, seguidos de métodos inadequados para reverter este abuso. As medidas mais empregadas pelos pacientes para reparar esta situação são a indução de vômitos, uso abusivo de laxantes e diuréticos, manutenção de dietas super-restritivas, jejum prolongado e prática extenuante de exercícios físicos. Tudo isso é realizado com o intuito de reduzir os efeitos provocados pela hiperalimentação e aliviar o sentimento de culpa gerado pelo medo de engordar após o exagero alimentar.
Diferentemente da anorexia nervosa, nessa condição não há magreza demasiada – cerca de 70% dos portadores de bulimia têm peso normal e alguns têm até sobrepeso. Contudo, um ponto comum importante entre estas doenças é o medo de engordar associado a um cuidado obsessivo com a forma física.
A bulimia afeta, sobretudo mulheres na faixa dos 18 aos 40 anos, das classes média e alta, sendo muito freqüente entre modelos, dançarinos e praticantes de atletismo, assim como entre estudantes do ensino médio e superior. Muitas vezes, está associada a outro transtorno alimentar,ou psiquiátrico, como a anorexia nervosa e a depressão.
Causas e sintomas da bulimia
O principal sinal desta doença é a hiperfagia ou alimentação em quantidades superiores, num curto espaço de tempo sem aumento proporcional de peso. Este ato é feito muitas vezes em segredo, já que o bulímico sente vergonha de seus hábitos alimentares e, principalmente, dos seus métodos compensatórios. Dessa forma, não é incomum o portador desse transtorno refugiar-se no banheiro após alimentações copiosas para a indução do vômito.
Este ato de forma repetida causa inflamação no esôfago e na garganta e maior predisposição para o surgimento de cáries. Além disso, ocorre um aumento das glândulas salivares tornando o rosto dos pacientes mais arredondados. Em alguns casos há uma redução da taxa de potássio no sangue, que pode causar alterações no ritmo cardíaco. Um indício comportamental clássico desse distúrbio é a obsessão pela prática de exercícios físicos, pela forma física e dietas.
Assim como ocorre na anorexia, trata-se de distúrbio psiquiátrico também vinculado ao medo de engordar, só que é conseqüência da perda de controle da ingestão alimentar. Um fator que muito corrobora para esta condição é o culto atual à magreza e à condenação ao sobrepeso. Além disso, fatores genéticos, ambientais e psicológicos estão envolvidos na origem dessa doença. Problemas afetivos ou familiares, ansiedade, baixa auto-estima e abuso de drogas e álcool constituem outros fatores de risco para o desenvolvimento desse distúrbio.
Exames e diagnósticos da bulimia
O diagnóstico de bulimia deve ser suspeitado na presença de episódios bulímicos com uma freqüência mínima de duas vezes por semana, por, pelo menos, três meses. A identificação desse quadro é clínica, ou seja, efetuada por meio de um conjunto de sintomas e na história do paciente e da sua família.
No entanto, ao contrário do que ocorre na anorexia nervosa, podem passar muitos anos até que os familiares notem a bulimia ou mesmo que o portador admita ter um problema em relação à alimentação.
Tratamento e prevenções
O tratamento visa ao controle da compulsão alimentar e à eliminação das medidas compensatórias realizadas pelo paciente para perder peso. Este tratamento deve ser feito com uma abordagem multidisciplinar, principalmente por meio de psicoterapia individual ou em grupo, tanto para o paciente quanto para sua família. Além disso, a orientação nutricional é muito importante para a manutenção de uma dieta adequada e equilibrada.
Na maioria dos casos é necessário o uso de medicamentos para o controle químico dos episódios bulímicos. E embora as internações hospitalares sejam mais restritas a casos graves, são de grande valia para controle de complicações agudas da bulimia, como desidratação e arritmia cardíaca severa.
Em geral, os casos mais leves podem ser bem controlados com consultas de orientação comportamental (terapia cognitivo comportamental), ao passo que a bulimia de longa data pode causar danos semelhantes à anorexia nervosa. Com isso, é fundamental o reconhecimento e o tratamento médico precoces dessa doença.
A prática de uma alimentação equilibrada desde a infância, na qual a criança aprenda a ter uma boa relação com a quantidade de comida ingerida, é um meio de evitar a instalação da doença. Da mesma forma, o incentivo a um controle de peso adequado, com atividades físicas regulares e boa qualidade alimentar é eficaz na prevenção dessa condição.
Além disso, é importante que pais e educadores transmitam aos jovens um conceito crítico sobre as exigências atuais dos padrões de magreza, bem como do uso de produtos químicos e dietas milagrosas que prometem o corpo perfeito em poucas semanas. Afinal, esses distúrbios muitas vezes advêm da tentativa de enquadramento do indivíduo ao ideal enganoso de perfeição.
Por fim, as famílias que têm casos de problemas psiquiátricos, como depressão e alcoolismo, devem ficar mais atentas a seus jovens, por serem candidatos mais vulneráveis a desenvolver transtornos alimentares.
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